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ISO, Velocidade e Abertura – Aprender Fotografia parte 2

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ISO, Velocidade e Abertura Aprender Fotografia
ISO, Velocidade e Abertura

Nesta secção do nosso guia para aprender fotografia de viagem vamos explicar mais sobre o ISO, a Velocidade do obturador e a abertura da lente.

ISO, Velocidade e Abertura

ISO

APRENDER FOTOGRAFIA ISO
APRENDER FOTOGRAFIA ISO (foto: Egito)

Antes da fotografia digital usava-se rolo fotográfico, lembram-se? A substância que se encontrava enrolada era uma chapa de toque plástico que era rica em grão de prata. O quê? Grão de prata? É verdade… e porquê? Porque o grão de prata usado nos rolos de fotografia tem uma particularidade interessante: quando é exposto à luz altera-se e fica marcado. E assim se obtém um registo do mundo que por uma fracção de tempo aquela chapa “viu”.

E o que é que isto tem a ver com o ISO? Simples: na fotografia dita analógica, com filme, quanto mais grosso é o calibre do grão de prata usado, menos luz precisa para se modificar. Quando um fotógrafo sabia que ia trabalhar em ambientes com menos luz ou que ia precisar de condicionar a luz que chegava ao filme, escolhia um com grãos de prata bem grandes. E porquê que não o fazia sempre? Porque quanto maiores são esses grãos… já se vê… mais grão existe na imagem final.

Sucede que a unidade de medida do calibre desse grão se chamava ISO ou ASA. A segunda designação caiu no desuso, mas a primeira foi adoptada pelo mundo da fotografia digital. Agora já não usamos rolo fotográfico, mas o sensor das câmaras modernas porta-se mais ou menos da mesma forma: quanto mais luz existe, melhor consegue gravar a imagem que lhe foi exposta por uma fracção de tempo, com menos artefactos digitais, que se assemelham ao grão das fotografias à antiga.

E nos dias de hoje é o fotógrafo que define o ISO com que vai disparar. Antes, metia um rolo, por exemplo de 400 ISO e tinha que o usar até ao fim. Muitas vezes levava-se mais do que uma câmara para poder usar rolos de diferentes ISO em simultâneo. Agora, basta seleccionar na câmara: ISO maior, menos luz será necessária mas menor qualidade de imagem será obtida. E, inversamente, ISO mais reduzido, mais luz é precisa e uma fotografia com menos grão resultará.

Velocidade do Obturador

APRENDER FOTOGRAFIA VELOCIDADE
APRENDER FOTOGRAFIA VELOCIDADE (foto: Quirguistão)

O obturador é uma peça vital no funcionamento de uma máquina. E mesmo na era digital é um elemento totalmente mecânico! É a parte da câmara que se abre por um breve instante para deixar entrar a luz e o mundo que a lente está a “observar”, fechando-se logo de seguida. Ao fazer o seu trabalho está a oferecer ao sensor a informação necessária para que este grave a imagem do momento em que foi exposto à luz exterior.

É portanto uma espécie de porta, e a velocidade (na realidade, seria mais correcto dizer “o tempo que está aberta”) é determinante no resultado final, na fotografia que obtemos.

Quanto mais lento for o processo de entrada de luz mais luz é aproveitada. Ou seja, em situações em que exista pouca luz podemos compensar com um tempo de abertura relativamente longo. Na realidade, com um bom tripé e um tempo de abertura super longo pode-se mesmo recolher uma imagem naquilo que aos nossos olhos parece escuridão absoluta.

Mas a velocidade de obturador escolhida tem impacto na imagem obtida a outro nível. Vamos usar o exemplo clássico de uma queda de água. Se tirarmos uma fotografia ao caudal que se precipita do topo de uma cascata com uma velocidade de obturador rápida, cristalizamos um momento de duração reduzidíssima. O mundo pára naquele instante. Movimentos que no nosso cérebro não têm uma correspondência visual real, pela velocidade com que se sucedem, aparecem subitamente de outra forma. Como o bater de asas de um colibri, como os raios de uma roda em movimento. Os nossos olhos não conseguem vê-los por causa da velocidade elevada do seu movimento. Mas uma câmara fotográfica a disparar com uma velocidade de obturador rápida consegue, e vai gravar a imagem.

Por outro lado, quando se usa uma velocidade de obturador lenta, a realidade gravada alarga-se no tempo. Se uma partícula de água for “vista” pelo sensor durante o tempo que demora a cair do topo da cascata até atingir a superfície abaixo, o que fica gravado é como que uma repetição dessa mesma partícula ao longo do percurso. Ou seja, ficará gravado um risco de alto abaixo. O sensor viu a gravou a evolução daquele pequeno objecto durante todo o tempo em que recebeu luz.

É com estas técnicas, de baixa velocidade de obturador, que se obtêm alguns efeitos quase surreais, como os das luzes de carros à noite, ou do movimento das estrelas no céu. Nas câmaras mais avançadas é possível fotografar controlando totalmente o momento em que o obturador se fecha, ou seja, o sensor pode receber luz durante minutos ou mesmo horas.

Contudo, é preciso ter em conta que com a redução da velocidade do obturador as fotos começarão a ficar tremidas. Quando se dispara, cristaliza-se o momento. Fica gravado o que se passa lá fora durante aquele tempo. Geralmente a recolha da imagem passa-se numa fracção de tempo tão reduzida que… é mesmo isso, grava-se o que se passa naquela fracção.

Com uma fracção de tempo prolongada, a oscilação natural das nossas mãos vai mover, de forma quase imperceptível a câmara. Normalmente, com as velocidades de disparo comuns, isso não representa um problema. Se o tremor involuntário e natural das nossas mãos fizer a câmara deslocar-se um milímetro ou dois num segundo isso não tem importância alguma. É que a câmara só vai “ver” o mundo durante uma quantidade de tempo bem mais reduzida, por exemplo 1/60 (uma sexagésima parte de segundo). E nessa fracção de tempo o nosso tremor não é perceptível. Por outras palavras, a câmara basicamente não se move com a nossa oscilação em 1/60 de segundo.

Durante bastante tempo este era o valor considerado aceitável para obter imagens sem qualquer tremor com as distâncias focais mais comuns, de 18 mm a 35 mm (quanto maior for a distância focal mais sensível é a imagem ao tremor). Hoje em dia, com os sistemas de estabilização, pode-se reduzir a velocidade do obturador e mesmo assim obter imagens boas. Para aí até 1/8 de segundo, a 18 mm. Para velocidades mais lentas vai ser necessário usar um tripé ou conseguir fixar a câmara de alguma forma.

Abertura de Lente

APRENDER FOTOGRAFIA ABERTURA
APRENDER FOTOGRAFIA ABERTURA (foto: Tajiquistão)

Uma delas é a abertura da lente, ou seja, o quanto os elementos no seu interior se podem abrir para deixar entrar a luz no momento exacto do disparo. Esta abertura exprime-se por uns números antecedidos da letra f.

Quanto mais baixo for o número, mais os elementos se abrem para deixar passar luz e menos luz é necessária para obter uma imagem. E, já agora, mais avançado é o design e o preço da lente. Um f 1.8 significa uma grande abertura, apenas presente em lentes de grande qualidade. Para o fotógrafo amador, um f 4 já se pode considerar uma boa abertura. Do outro lado da escala, encontram-se valores como f 36, uma muito pequena abertura que deixará passar pouca luz.

E porque é que se poderá porventura querer deixar passar pouca luz? Uma resposta é evidente: quando existir de facto muita luz no ambiente. Mas na maior parte das vezes que escolhemos uma pequena abertura fazemo-lo para ganhar profundidade de campo, ou seja, maior nitidez espalhada por toda a fotografia.

Menu Aprender Fotografia:

  1. Introdução à Fotografia de Viagem
  2. ISO, Velocidade do Obturador e Abertura da Lente
  3. Profundidade de Campo, Temperatura e Balanço
  4. JPG ou RAW?
  5. Composição
  6. Equipamento Fotográfico
  7. Acessórios para fotografar
  8. Software para Fotografia
  9. Manter as Fotos em Segurança
  10. Temas para Fotografar em Viagem
  11. Fotografar em Preto e Branco
  12. Dicas para fotografar melhor
  13. Partilhar as Suas Fotos na Internet
  14. Grandes Fotógrafos de Viagem
  15. Destinos Essenciais para Fotografar
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