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Nesta entrevista temos o viajante Agostinho Mendes.
Vamos conhecer um pouco mais sobre quem viaja e explora o mundo. Nesta rubrica “QUEM VIAJA“, proponho dar a descobrir várias pessoas que viajam o mundo à sua maneira, cada um de forma diferente. Tento criar assim, um perfil de viajante, rápido e fácil de ler sobre vários viajantes portugueses e brasileiros.
Agostinho Mendes – Perfil de Viajante
- Nome completo: Agostinho Pinto Mendes
- Profissão: Fui durante muitos anos analista de sistemas informáticos, mas neste momento acabo por ser polivalente e fazer muita coisa: fotógrafo, cozinheiro, editor do projecto colaborativo de viagens Próxima Viagem e, claro está, viajante.
- Data de nascimento: 1972
- Local de nascimento: Lisboa, Portugal
- Local de residência: Amadora, Portugal
- Quantos países já visitou: 42
- Quantos continentes já visitou: 4
- Maneira preferida de viajar: Embora já tenha utilizado todas as maneiras de viajar indicadas, gosto particularmente de comboios e de caminhar
- Comida preferida: Eu acredito que comer é também viajar. Como de tudo e acho que não há nada que verdadeiramente não goste. Enfim, gosto de experimentar comidas características de todos os locais por onde passo. Em qualquer dos casos, e tendo que escolher alguma coisa, diria que me agradam as carnes, com principal destaque para vitela, e peixes grelhados
- Cor preferida: Azul
- Banda preferida: Tenho algumas bandas pelas quais tenho um gosto especial, mas parece-me difícil eleger uma banda preferida. No que respeita à música sou muito eclético. Oiço Blues, Jazz, R&B, Soul, Rock, Fado, música tradicional portuguesa, enfim, um pouco de tudo
- Fruta preferida: Pera Rocha, Maça Bravo de Esmolfe, Papaia e mais um sem número de espécies provenientes de países tropicais
- Livro de viagem preferido: Mais uma vez é difícil escolher um só título. Um dos livros que li recentemente e gostei muito foi: “Istambul, Memórias de uma cidade”, de Orhan Pamuk. É um livro onde o autor acaba por evocar a sua cidade como ninguém
- Já se apaixonou por alguém em viagem? Já encontrei algumas mulheres que me despertaram especial interesse, mas não passou disso mesmo
- Você vive para viajar ou viaja para viver? Parece-me que quando se atinge um certo patamar e experiência, acabam por ser questões que se cruzam inevitavelmente e dependem uma da outra
- Próximas viagens: Para uma viagem de curta duração a Sérvia que, não havendo imprevistos de última hora, vai realizar-se brevemente. De longa duração a Argentina e Chile, Uzbequistão e Cazaquistão. Também não descarto uma incursão da África Subsariana
- Países onde não voltaria: Embora já tenha passado por experiências menos agradáveis e conhecido locais que representaram muito pouco, acho que não há nenhum país onde não tenha vontade de voltar
- Países onde voltaria: Índia, Turquia e Mongólia
- Países com melhor comida: França, Índia, Tailândia
- Qual o país com mulheres / homens mais bonitos: Suécia, Irão, Índia… Tenho encontrado mulheres bonitas em todo o lado
- Hotel preferido: Uma cabana, feita de paus e uma manta como telhado. Estou a falar de uma noite passada no deserto de Thar, na Índia, onde tive a oportunidade de ver o conjunto de estrelas mais cintilantes até hoje
- Site / blog: www.proximaviagem.com e www.agostinhomendes.com
Agostinho Mendes – Rubrica: Quem viaja – Falar com o viajante
Fotografia Viagem de Agostinho Mendes
Qual é a sua relação com as viagens? O que pretende encontrar enquanto está a conhecer outros países?
É uma relação de Amor, Paixão e Ódio. Hoje em dia eu seria incapaz de viver sem as viagens. Acaba por ser uma dependência algo estranha, mas na realidade trata-se quase do ar que respiro. Quando viajo eu procuro conhecer o máximo de cada país, das suas gentes e da sua cultura, porque não tenho dúvida que isso ajuda-me a conhecer melhor a mim próprio.
Muitos viajantes ficam fortemente marcados por algumas viagens, certas pessoas, culturas diferentes e experiências especiais. Qual a viagem mais marcante para si e conte o porquê:
A primeira viagem que fiz à India em 2003. É difícil de explicar, até porque há muita gente que não compreende o porquê de escolher este país. Estamos a falar de uma viagem com uma duração superior a 4 meses e onde eu procurei embrenhar-se na cor, sabor, cheiro, cultura, magia, diferença e experiências que o país tem para oferecer. Quando regressei era seguramente uma pessoa diferente e as viagens passaram a ter outro peso e significado.
Algumas pessoas precisam de ser incentivadas a sair de casa, a perder o medo de viajar. Que conselhos pode dar a alguém que quer começar a viajar mas não sabe como, quando e porquê?
Isto é uma velha questão e faz parte da natureza humana. Há pessoas que têm dificuldade em sair da sua zona de conforto e arriscar no desconhecido, na incerteza e somatizar tudo o que de mal pode acontecer. Um dos grandes viajantes da nossa praça, o Gonçalo Cadilhe, escreveu há uns tempos um livro chamado “O Mundo é Fácil”. Acho que a leitura deste livro é que um excelente começo porque muitos dos ditos medos e dificuldades acabam por ser completamente desconstruídos. Eu próprio, quando comecei a viajar, senti os meus receios e medos. O tempo encarregou-se de me ajudar a mandar tudo para trás das costas.
Já viveu num país diferente mais do que seis meses? Se sim, onde foi e o que esteve a fazer. Diga-me também, o que retirou dessa sua experiência de viver no estrangeiro:
Não, nunca permaneci tanto tempo num só país. O máximo que permaneci num país foram os tais 4 meses e meio na Índia, apenas por uma questão de conhecer.
Escolher uma paisagem preferida pode ser muito difícil. Mas tente escolher uma paisagem que ficou para sempre na memória. O que sentiu naquela altura?
É uma resposta complicada. Há tantas paisagens que nos tornam tão insignificantes perante a sua grandiosidade. No imediato talvez escolha as paisagens da Mongólia. É um país onde a Natureza caprichou e onde consegue ainda mostrar o seu esplendor. Por um sem número de vezes senti-me pequeno, muito pequenino.