Nesta secção do nosso guia para aprender fotografia de viagem, vamos explicar mais sobre o sistema de armazenamento de ficheiros JPG e RAW. A maioria das câmaras fotográficas e já alguns telefones toPo de gama, permite tomar esta opção, e em alguns casos uma solução combinada.
E o que é isto de JPG e RAW?
JPG ou RAW?
O JPG é um diminutivo de JPEG, que por sua vez é o acrónimo para Joint Photographic Experts Group, um grupo de especialistas que no final dos anos 80 se reuniu e decidiu criar uma forma eficiente de reduzir o tamanho dos ficheiros de imagens em computador.
Teoricamente, um ficheiro de imagem contém informação sobre cada ponto individual. Mas o Joint Photographic Experts Group estava decidido a simplificar isto e a arranjar uma forma de dispensar alguma informação excessiva.
O fruto do seu trabalho foi o formato JPG (ou JPEG) que elimina dados redundantes dos conteúdos dos ficheiros. Simplificando, apenas para passar a ideia, se numa imagem se encontrar uma parede de cor uniforme e sem textura, porquê gravar essa informação, que será repetida, para milhares de pontos?
O que o JPG faz é uma compressão, aglomerando áreas da imagem que têm algo em comum e armazenando a informação com algo que em linguagem corrente soaria, por exemplo, assim: “da linha 23 à linha 50, repete-se a mesma coisa”. Assim poupa-se a descrição de todos esses pontos que são iguais e os ficheiros podem ser gravados com tamanhos mais reduzidos.
Mas será que os pontos são mesmo iguais? Provavelmente não. E esse é o “senão” do JPG. Se a compressão for demasiada, simplifica-se em demasia a imagem e os defeitos – conhecidos como “artefactos digitais” – tornam-se visíveis à vista. Se a compressão for adequada, apenas com ampliações se avistarão os tais defeitos. Ou seja, há sempre um balanço entre redução dos dados e perda de qualidade. A maioria dos programas de edição de imagem que trabalha com ficheiros deste tipo permite definir qual a percentagem de compressão.
- Geralmente, até 80% não se nota nenhuma perda de qualidade. Depois, é sempre a descer.
- Por outro lado, o RAW faz com que toda a informação seja gravada em bruto no ficheiro. Aquilo que o sensor da câmara “vê” , pontinho por pontinho, fica registado.
As desvantagens? O enorme espaço que ocupam os ficheiros e a necessidade de ter cartões de memória e unidades de armazenamento adequadas ao seu tamanho. Além disso, muitos dos programas de edição de imagem não aceitam este formato e nunca se obtém fotos prontas a ser enviadas para as redes sociais ou para uma página na Internet.
Quanto a vantagens, giram em torno de algo essencial: toda a informação possível fica guardada. Enquanto que ao tirar uma fotografia em JPG o processador da sua câmara aplica-lhe logo uma compressão, com o RAW fica tudo gravado.
A partir daí pode a imagem ser processada por software, o que eventualmente pode também ser uma desvantagem: aqueles que não querem ter esse trabalho ficarão mais bem servidos com um simples JPG em qualidade máxima.
Acho que posso dizer com alguma confiança que a esmagadora maioria dos que levam a fotografia a sério optam por gravar os seus ficheiros em formato RAW.
Muitas câmaras permitem gravar em simultâneo nos dois formatos: um JPG para uso imediato e um RAW arquivar e para mais tarde editar. Mas isso agrava ainda mais os problemas de espaço causado pelas dimensões elevadas dos ficheiros RAW.