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No início do ano tomei uma decisão importante na minha vida de viajante.
Ir novamente ao Iraque.
Depois de já ter estado 11 dias no Iraque em 2009 e visitar uma região do país segura e sem problemas, decidi viajar até à zona sul, devastada por anos de guerras e conflitos religiosos.
Em Fevereiro de 2016 e durante 12 dias, viajei por locais como Karbala, Najaf, Basorá, Babilónia, Ur e a capital do país, a incrível cidade de Bagdade (Bagdá).
Porquê ponderar tal viagem?
Como é óbvio, visitar o Iraque não é propriamente como ir ali à Costa da Caparica e voltar. É um país perigoso, destruído pelo terrorismo, desavenças políticas e guerras sectárias durante décadas. Depois da invasão americana, o país caiu em guerra civil e a primeira preocupação da maioria dos iraquianos é chegar ao fim do dia vivo.
Bagdade
Bagdade é a capital do Iraque e é considerada o seu centro político, cultural e artístico. É aqui onde tudo acontece.
Com os seus 6 milhões de habitantes, Bagdade é considerada uma das cidades mais perigosas do mundo.
Estamos perante uma situação política difícil de muitos anos de guerra, pela situação presente provocada pelo grupo militante islâmico – Daesh, e pelas repercussões provenientes dos ataques suicidas que acontecem quase diariamente.
A nível turístico, a cidade enfrenta algumas dificuldades devido a um extremo controlo policial e militar. Tive a oportunidade de visitar Bagdade durante vários dias e ver um pouco da vida difícil que esta cidade vive.
No meio de todos estes problemas, foi com enorme surpresa que encontrei vários locais na cidade que vivem como se nada se passasse, como se não houvesse guerra, e como que os seus habitantes fossem as pessoas mais felizes do mundo. Sim, é isso mesmo.
Vídeo de dança no centro histórico de Bagdade:
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Na parte antiga da cidade – Old Baghdad – onde vários atentados suicidas tomaram lugar, há um novo centro cultural instalado num edifício restaurado recentemente.
Nasceu assim o Centro Cultural de Bagdade num antigo caravançarai otomano.
Aqui, várias salas de exposição abrem a diferentes formas artísticas e onde durante o fim de semana, milhares de pessoas convivem sem medos, sem preconceitos e sem fronteiras religiosas.
Durante o tempo da minha presença, havia várias equipas de TV e rádio a fazerem reportagens sobre os acontecimentos culturais da cidade.
Nesta parte da cidade, além da Rua Rasheed, do mercado alfarrabista da Rua Al-Mutanabbi, do Museu Bagdadí e do incrível Castelo Otomano chamado de Qishla, o Centro Cultural de Bagdade detém uma vista panorâmica sobre o Rio Tigre onde centenas de pessoas esperam em fila para fazer passeios de barco.
Passeio de barco no Rio Tigre em Bagdade:
Além de ter visitado todos estes monumentos e edifícios históricos, também fui num passeio de barco participando um pouco na felicidade das pessoas.
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Vídeo de cantares políticos em Bagdade:
Nas margens do rio Tigre, junto à estátua de Al-Mutanabbi, o poeta do século X e uma das figuras imponentes da literatura árabe, um grupo de pessoas cantava questionando acerca de quem invadiu o Iraque por causa do seu petróleo, e para onde foi o dinheiro e a riqueza do país que havia durante o Governo de Saddam Hussein.
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Interessante foi o facto de, no meio de vários acontecimentos e movimentações humanas, eu ter sido recebido com imensa amizade. Toda a gente quis tirar fotos comigo, e fui convidado a dançar na roda ali mesmo, no coração da antiga Bagdade.
“Sim. Bagdade ainda respira… Tem pulsação… Há vida nesta cidade!“
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