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Bir Moghrein é uma pequena aldeia perdida algures no Norte da Mauritânia. É um antigo posto militar espanhol que ali ficou com algum número de famílias mauritanas.
Como chegar a Bir Moghrein
Daqui, está o caminho para o conhecido muro de protecção marroquino “Mure” separando a fronteira da Mauritânia, a “no man’s land” região desprotegida e com piratas do Saara Ocidental e o muro propriamente dito. O Saara Ocidental Marroquino está dividido em 2: uma parte protegida e outra parte não protegida, minada, separada por um muro que se estende por milhares de kms ainda com a presença de milhares de soldados marroquinos activos.
Esta página relata o percurso tomado desde Choum até Bir Moghrein em Abril de 2004, e daí até à entrada proíbida pelos terrenos perigosos e desprotegidos do Saara Ocidental (Western Sahara), até ao muro marroquino propriamente dito, e daí até à cidade de Laayoune sob protecção militar marroquina.
Raptos na Mauritânia / Roubos
Fiz este trajecto em Abril de 2004, e quero lembrar que 2 meses depois, 2 grupos de turistas foram raptados, fechando e barrando assim esta pista do deserto até ao Norte do país para turistas. Esta situação foi reposta uns meses depois. Outros viajantes foram barrados e tiveram que fazer um caminho alternativo.
Também sei que na parte Sul do país, um grupo de turistas do Qatar foi raptado e levados para a “terra de ninguém” ou “no man’s land” entre a Mauritânia e o Mali. Ainda no principio do ano de 2004, um turista foi quase baleado e roubaram-lhe o carro na cidade de Noudhibou enquanto dentro do camping. E como sabem faz 2 semanas que mataram 1 família de franceses na zona Sul do país junto a Aleg enquanto estes faziam um pic-nic na beira da estrada.
Aqui em baixo estão algumas palavras de uma amiga cibérnauta viajante:
Choum – 120 KM Norte de Atar, Mauritânia
«…no planalto arenoso ao longo do caminho de ferro com carruagens vazias, alguém nos indicou o posto de controlo policial da cidade. Depois de algumas formalidades podemos seguir viagem. Não seguimos a planeada estrada Norte por Zouerat e Bir Moghrein porque o embaixador holandês nos proibiu de cruzar esta região após o rapto de 2 turistas…»» por sachara
Mais sobre Bir Moghrein no Norte da Mauritânia
Bir Moghrein está na zona Norte da Mauritânia na região de Tiris-Zemmour a caminho de Tindouf – Argélia, campo de refugiados para os resistentes guerrilheiros da frente Polisário do Saara Ocidental. Hoje este campo tem cerca de 20mil refugiados.
Para chegar a Bir Moghrein tem que se guiar Norte de Zouerat por 440km de pistas do deserto, montanhas rochosas de pedra preta vulcânica parecendo que estamos mesmo num outro planeta. Bir Moghrein é um posto militar e não tem nada turístico para ver senão mesmo uma aldeia nos confins do mundo, no meio do deserto rodeado por montanhas de paisagens incríveis. A vida aqui é muito dura.
Mapa Google de Zouerat e Bir Moghrein
Este Mapa Google é interactivo, pode fazer zoom a aproximar mais, navegar para os lados e ainda escolher entre mapa, terreno ou satélite.
Trajecto para chegar a Bir Moghrein
Atar – Choum = +-120km
Choum – Touajil – Fderik – Zouerat = +-250km
Zouerat – Bir Moghrein = +-440km
Depois são as pistas para Marrocos passando por Gueltat Zemmour
Bir Moghrein – castelo abandonado na fronteira do Saara Ocidental = +-56km
castelo abandonado – “Le Mure” = +-40km
Trajecto Bir Moghrein
Atar – Choum = +-120km
*estrada de alcatrão até 20km depois de Atar
Areia laranja no fim da estrada de alcatrão. Passagem dura para carros durante uns 100m ou 200m. Ficamos atascados durante algum tempo e algumas vezes. Areia muito dificil. Bom para 4×4. Há muitas rochas no meio da areia o que é perigoso para partir o carter ( depósito do óleo do motor). Tenham cuidado que se alguém vos tentar ajudar, podem é na realidade tentar partir o vosso carter para terem que ficar ali mais tempo.
Depois é só pista de deserto não marcada. É básicamente seguir algumas marcas de pneus na areia e no chão e ter alguma fé que a algum lado se chegará, também é ter sempre em mente de ver a montanha grande do lado direito e segui-la institivamente. Depois da grande descida para o grande vale, podemos logo ver essa montanha que falo. Há muita areia por isso convém ir sempre com uma velocidade boa para que se virmos areia basta acelarar mais, por uma mudança mais baixa e girar o volante. Esta areia não se vê muito bem pois tem uma espécie de crosta seca por cima, mas com algum peso, esta parte enterrando tudo o que passa por cima. É normal que com a velocidade do carro se passe, mas assim que se abranda ou para é remédio santo para um atasco valente e também muito dificil de sair pois começa tudo a quebrar por debaixo do carro e mesmo debaixo dos nossos pés. Muito dificil. Em Marrocos este tipo de areia seca por cima é chamada de “fesh-fesh“.
A paisagem é impressionante. Há muitas palmeiras no caminho durante alguns kms depois de Atar até à tal grande descida para o vale. De cima pode-se ver as montanhas e o deserto a formar-se.
Ficámos mais uma vez atascados durante algumas horas. Conseguimos ajuda paga de um jipe com mauritanos que passavam ali. Eles ajudaram-nos com o seu Toyota Landcruiser muito antigo que ao puxar-nos fico também ele atascado. O nosso carro estava bem enterrado na areia. O negócio que combinamos foi cancelado logo que chegamos a Choum onde estes supostos ajudantes resolveram nos pedir 3x mais dinheiro do que o combinado previamente. Fomos ameaçados com violência e com policia. Mas como sou sempre rijo nestas situações, fiz o que é sempre certo a fazer.
Quando alguém nos ameaça com a polícia e nós sabemos que não estamos errados, é insistir mais. O mauritano que nos ajudou não queria ir para a polícia e ficou mesmo ele assustado com a ideia de ir lá, que era suposta ter sido para me assustar a mim e aos meus amigos. A policia depois de mais ou menos ter resolvido a situação disse para a próxima eu escrever num papel o negócio e assinarmos os dois. Assim estava em papel.
Era suposto irmos a tribunal na manhã seguinte mas fizemos um acordo amigável. Nós nunca vergamos. É de lembrar que nos países árabes e por ventura em África em geral, toda a gente tem medo da polícia a não ser que sejam eles polícias ou familiares de polícias. Geralmente dá mau resultado fazermos este esquema com alguém que tenha algum polícia na familia.
No fim de tudo e com a ajuda da polícia em Choum, ficou combinado que dariamos só mais 5euros a mais do que o combinado com algumas t-shirts e lápis. Ele só se foi embora quando levou também a protecção de alumínio contra o Sol.
O comboio entre Choum e Nouadhibou acabou por não ser a melhor opção e foi aqui que a nossa viagem mudou radicalmente. O que aconteceu foi que o responsável pelo comboio nos queria chular e fazer pagar 3 vezes mais dinheiro que o preço normal para a passagem do carro, mais, dinheiro para cada um de nós como passageiros. A esta altura já nada era só uma questão de dinheiro mas sim de ética.
Teriamos a hipótese de embarcar já no dia seguinte por 100euros pelo carro + dinheiro de passageiros, ou teríamos a hipótese de 70euros para o comboio a 4 dias dali. Teríamos então de ficar cerca de 1 semana em Choum. O que aconteceu foi que a dada altura também nós já não tínhamos mais dinheiro pois na Mauritânia não existem caixas multibanco. A última vez que tínhamos tido acesso a uma caixa multibanco tinha sido em Dakar já a muitos milhares de kms do lugar onde estávamos. Tínhamos que controlar bem o dinheiro que tínhamos para tentarmos sair do país.
O que pensávamos e o que nos fez recusar isto foi que ele estava a receber e a meter no bolso mais de 70euros connosco, e, num país de extrema pobreza onde existem mais de 40% de escravos como população e para aqueles que trabalham a receber dinheiro o ordenado é cerca de 20 ou 30 euros, nós achamos um crime este gajo receber assim dinheiro tão fácil. Recusamos e não fomos. O gajo ficou muito furioso e discutimos durante algumas horas seguidas. A solução era seguir para Bir Moghrein pelas trilhas proibidas do deserto do Sahara, conhecidas pelo seu contrabando, tráfico e de serem usadas pelos guerrilheiros separatistas do Saara Ocidental, a Frente Polisário que viemos mesmo a conhecer mais tarde.
Melhor ajuda em Choum: Moulay Shariff
Este foi sem dúvida a pessoa mais simpática e de melhor coração que encontramos na Mauritânia. Ajudou-nos o caminho todo até conseguirmos chegar à fronteira do Saara Ocidental Marroquino. É claro que nesta viagem na Mauritânia nada correu como planeado e nem mesmo com a ajuda deste senhor.
Este senhor ganha a vida como pode, mas já há muito tempo que trabalha e ajuda turistas a conhecerem e a viajarem pelo país. Sendo então já guia há muitos anos, Moulay Shariff disponibilizou-se a ajudar-nos até ao Norte do país, também, diz ele ter o único sítio para dormir em Choum. É na verdade a sua casa, onde juntamente com a sua familia, filhos e mulher, nos receberam com muita alegria e simpatia. Ele diz ser já um auberge. Sim, na verdade é um refugio…mas não um albergue. Espero que consiga completar o seu sonho.
Lembre-se de uma coisa, a Mauritânia é difícil, e é nesta pessoa que deve confiar. Ele praticamente não nos levou dinheiro nenhum pois sabia que nós já não tínhamos muito para continuarmos a viagem. Isto é uma atitude nada normal num país como este. Lembro ainda que eu já tinha estado na Mauritânia a viajar com jipe 4×4, conheci outros guias, fiz outros percursos e vi algumas coisas e como elas se passam a este nível. Depois de ver como alguns outros guias funcionam, este senhor não tem nada a ver e é mesmo uma pessoa séria. Se alguma vez chegar a Choum e precisar de ajuda, um albergue para dormir ou um guia contacte este senhor. Ele vive em Choum ao pé da mesquita, e, ele diz ter o único “auberge” da cidade. Claro que quando lá passei não era mais que a sua casa mas talvez agora já tenha mais alguma coisa. Foi óptimo ficarmos com ele e com a família. As raparigas foram pintadas com henna e tudo, isto à luz das velas num ambiente muito giro.
Se não fosse por este senhor nós nunca teríamos conseguido passar a região de Tiris Zemmour até ao Norte. Ele basicamente guiou um Opel Corsa por 9KM de dunas. Eu sei que isto parece muito difícil de acreditar mas mesmo para mim, na altura e durante isso estar a acontecer, também não estava a acreditar no que ele estava a fazer. Ele arranjou lugares para nós numa carrinha pick-up 4×4, uma daquelas que fazem as grandes viagens pelo deserto com mais pessoas. Pusemos para lá toda a bagagem e o resto do pessoal ( mais ou menos 5EUROS por pessoa desde Zouerat até Bir Moghrein ). A Xana a Patricia e o Eric foram para lá e eu fiquei no carro com ele. Depois de Touajil cruzámos as areias.
Choum – Zouerat = +-250km
Choum – Touajil – Fderik – Zouerat = +-250km
Esta é uma viagem dura. Normalmente os 4×4 da zona passam pela zona mais fácil, mais rápida e menos complicada que é o trajecto pela linha do comboio passando com os pneus por cima de protectores “anti-jipe” ( picos gigantes na linha do comboio ) a alta velocidade até que mais tarde ou mais cedo algum pneu rebente…ou não. Isto não será nada bom acontecer quando vier o comboio. Mas, como o meu carro não conseguia subir e andar sobre o caminho de ferro, a solução foi mesmo cruzar o deserto por quase dúzia de kms sobre dunas de areia cor-de-laranja.
A outra solução então que arranjamos para o meu carro foi ir pela aldeia de Touajil, como disse antes, as pickups e jipes locais não fazem este percurso porque ficam normalmente presas na areia escolhendo o caminho mais fácil pelo caminho de ferro ( mais dificil por aqui pois estes jipes vão sempre muito carregados com pessoas e mercadorias sendo difícil andar na areia mesmo sendo de tracção às 4 rodas ). Pois foi então este percurso de dunas que o meu carrito citadino entrou. Moulay Sharif guiou como um professional, e, na verdade passamos por um jipe atascado. A cara das pessoas que vinham no jipe foi única de ver e a surpresa desceu ao deserto naquele dia. Moulay Sharif estava muito excitado e disse todo contente que já tinha feito aquilo também com um Citroen 2CV de uns franceses.
Ele explicou-me que para conduzir na areia é o condutor que faz o percurso não o carro. Bem… eu não conseguia. Disse-me então: “vê lá eles com um jipe e estão atascados HAHAHA!!” Mais giro da situação foi que mais à frente que nós parámos para ele fumar um cigarro, o jipe que estava atascado chegou e um senhor começou a discutir com ele a dizer como era irresponsável e perigoso trazer um carro de um turista para ali onde podiam ficar presos durante dias sem sair. Moulay só respondeu que, se ele não sabia conduzir o problema era dele, pois ele tinha tirado a carta de condução e não comprado uma… hehe esta foi mesmo uma situação hilariante.
Zouerat – Bir Moghrein = +-440km
Vinha eu então no OPEL e os meus amigos vinham na pick up Toyota para poupar o carro de peso e permitir assim seguir este caminho por areia sem peso a mais no carro (seria na verdade impossível). Foram então 440km de pistas do deserto entre Zouerat até Bir Moghrein.
Depois de 2 dias de pesquisa e discussões para sabermos e conseguirmos sair dali, finalmente conseguimos sair, finalmente chegou uma opção. Moulay Sharif conseguiu arranjar uma outra pick desde Zouerat com 2 lugares extra para 2 de nós irem. Tinhamos então 2 no carro e 2 na pick up que seguia até Bir Moghrein. Esta pick up era o transporte local, autocarro do deserto que fazia esta travessia algumas vezes por semana. O carro ia mais uma vez mais leve para a dura pista e para conseguir passar as grandes quantidades de areia que existiam na pista. A esta altura da viagem, o carro já não era o que era antes, já estava muito gasto, e quando entrava na areia e eu lhe punha a 2ª, ele já se engasgava um pouco fazendo com que não passa-se já tão bem em percursos com areia.
Cada pessoa pagou 1500UM por 440KM de viagem até Bir Moghrein que demorou cerca de 20horas. Para mim, foi duro pela condução, mas para o Eric e a Patricia, mais uma viagem em cima de uma Pick-up foi muito duro, a Xana aguentou-se bem comigo no carro.
Esta foi uma das partes mais impressionantes de toda a viagem onde paisagens surprendentes apareciam a toda a hora. Foram na boa, as melhores paisagens que vimos na Mauritânia.
Mais ou menos a metade do percurso passamos pelas montanhas do Rich que bem no seu topo tem uma barraca restaurante com vários compartimentos onde estava um grupo de homens a frente Polisário a pintarem as matriculas dos jipes com números diferentes. Toda agente ficou admirada de ver um carro destes ali naquele sítio.
Agora é aqui que a coisa poderia ter ficado feia para muitas nacionalidades pois estas pistas são normalmente ocupadas e utlizadas por piratas epela frente Polisário. Depois de alguma conversa e alguns atritos obvios com o pessoal mais novo polisário, os mais velhos vierem meter a colher e mandar vir com os mais novos dizendo que eles deviam ter mais respeito pelos amigos da causa deles. Estavam eles a falar da nossa amiga Patricia, espanhola. Acho que tivemos sorte. Outras nacionalidades são basicamente raptadas, roubadas ou mortas como recentemente com os 4 franceses mortos. O incidente com os franceses não aconteceu nesta zona mas sim no Sul fronteira com a Mauritânia.
Esta foto em baixo é do restaurante no topo das montanhas do Rich. É a única paragem existente em todo o percurso, e a única possibilidade de comprar algum tipo de mantimentos, beber um chá ou mesmo descansar ou pernoitar.
A casa está dividida em partes diferentes. Na parte da direita é para os “business men” como polisários ou piratas e traficantes. A parte do meio é uma pequena loja que vende espargute, latas de atum e pouco mais. E a parte da direita é das mulheres. A parte mais à direita da casa é para dormir. Traga o colchão e pimba uma soneca!
Em Bir Moghrein, Finalmente
A primeira coisa que fizemos quando chegámos a Bir Moghrein foi ir ao check point policial, uma casinha para ter a nossa autorização escrita no passaporte. Não podiamos já estar ali pois é uma zona interdita a turistas. Com um senhor que ia no jipe e por indicação do Moulay Shariff lá conseguimos permanencia em Bir Moghrein com um carimbo no passaporte e mais umas escrituras de autentificação. Aqui comecei a perceber que a aventura ainda estava para começar pois não havia fronteira entre Mauritânia e Marrocos, só pistas com piratas, à solta…
Bir Moghrein – Castelo na fronteira = +-56km
Bir Moghrein – Castelo na fronteira com o Saara Ocidental desprotegido (No mapa Michelin é a estrelinha)
Fizemos cerca de 96km até ao local que chamam “Le Mure” ou “O Muro” que consiste em mais de 2800km de muro de separação e proteção do Saara Ocidental marroquino protegido e Saara Ocidental desprotegido cheio de minas, milhares delas, zona cheia de piratas, polisários e traficantes. Zona fantástica para ser raptado ou roubado. De Bir Moghrein até ao castelo que no mo mapa Michelin é a estrelinha são cerca de 46km por pista com alguma areia e com um traçado com rochas pintadas de zaul feita pelas Nações Unidas ONU. É interessante que mesmo nas marcas feitas pela UNO aparecem rebentamenteos… bem… Depois são mais alguns kms até ao muro onde os militares estão à espera para nos acolherem.
Castelo na fronteira – “Le Mure” = 36kms
Castelo na fronteira com o Saara Ocidental desprotegido – “Le Mure”
NO Man’s LAND. Tenha cuidado Tenha cuidado Tenha cuidado. Minas Minas Minas, piratas raptores. Sim é verdade não estou a exagerar. Há cerca de 5 rebentamentos até ao MURO. 2 das vezes foi muito dificil passar com o nosso carro ainda pensamos voltar para trás. Cerca de 36km interessantes.
“Le Mure” – Caminho para Gueltat Zemmour
Quando chegamos ao muro temos que nos apresentar aos militares que até vêm ter connosco. Ficamos então oficialmente detidos pelos militares que nos retiram o passaporte durante alguns dias. Basicamente foi-nos dado um espaço fora do asfalto para por o carro, mas foi nos dito para não sair daquele espaço pois está cheio de minas. Tivemos que esperar autorização do Ministério do Interior marroquino, e depois seguimos até Zeltar Zemmour e consequentemente até ao aeroporto de Layoune para ter finalmente o carimbo de entrada em Marrocos, 500km depois de termos realmente entrado. Todo o percurso de 500 até Layoune foi feito com protecçao militar com um jipe e 2 militares.
Foram altamente prestáveis e muito simpáticos. Realmente é grande a diferença dos marroquinos para os mauritanos.
Depois de termos ido do tal castelo até ao muro, nós já não tinhamos água nem comida há algumas horas. Já estavamos a ficar preocupados por isso quando vimos o muro e vimos militares ficámos bem contentes. Foi assim uma experiência hard-core. Eles deram-nos 10 litros de água que mamámos em 5 minutos, os 4 mamámos ali esta água toda, deram-nos também queijo, azeite e azeitonas. ui ui que tão bem que soube.
Gueltat Zemmour – Layoune
Finalmente conseguimos a autorização e permissão para sair dali e seguir caminho até ao posto militar de Gueltat Zemmour com um jipe militar armado à nossa frente. Como havia ainda muitos percusos com areia, e o meu carro já estava nas últimas, os meus amigos a Xana a Patrícia e o Eric saltaram apra dentro do jipe militar e lá segui eu o jipe Toyota a gasolina 24v grande máquina do exército marroquino.
Fomos até Layoune para carimbar o passaporte no aeroporto já que a entrada que vinhamos pelo muro era interdita e não correspondia a um serviço fronteiriço, e como estavamos em Marrocos precisavamos então de um carimbo de entrada, ficámos então com um carimbo de entrada do aeroporto de Layoune.
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