Em Juba, no Hotel Nile Resort conheci um senhor da Estónia chamado Tarmo Tamming.
Ele estava a viajar com a sua carrinha Mazda à volta da Europa e África numa viagem de um ano e meio.
Ele depois de ter passado por vários países da Europa até à Turquia, conduziu então pela Síria, Jordânia, Egipto, Sudão, Etiópia, Somaliland, Djibuti, Etiópia outra vez, Quénia, Uganda, Sudão Meridional. A sua viagem até Juba levou 6 meses e até Marrocos levará mais um ano para concretizar.
Muito simpático deu-me boleia para ir com ele por vários países. Mais uma vez, me encontrei à boleia por lugares longínquos – acontece-me muitas vezes.
Fomos então na nossa tentativa de entrar na República Democrática do Congo, estrada muito má e que na verdade não sabiamos se poderiamos entrar no Congo ou não. Foi tentar.
Depois de termos sido parados pela polícia em Ganji, onde nos deteram, revistaram a carrinha, e nos fizeram copiar todas as fotografias para o computador deles, lá seguimos viajem para dormir em Yei. Aqui em Ganji a polícia foi muito hostil, e fomos levados para a esquadra sob muita pressão. Tudo correu bem passadas uma hora e meia.
A partir de agora sabíamos que desde Juba, deveríamos parar em todas os centros de polícia para darmos conhecimento às autoridades da nossa presença na região. Assim evitaríamos ficar detidos mais alguma vez no resto do caminho.
Foi normal durante o caminho todo, vermos pick-ups com militares e polícias armados a passarem por nós. Um cenário bem intimidativo.
Dormimos em Yei onde pernoitámos no recinto da polícia. De manhã seguimos viagem em direcção à fronteira por um caminho que quase tivemos para voltar para trás, não fosse termos encontrado um 4×4 de uma NGO africana com uma senhora do Congo que disse que a estrada depois seria melhor. Ganhámos força e lá seguimos viagem.
Os polícias em Yei estavam quase todos bêbados, mas na sua simpatia lá nos ajudaram a registar na polícia e a nos darem um local para estacionar a carrinha e dormir.
Muito estranho foi haviam uns senhores presos que começaram a falar inglês connosco e diziam “por favor ajudem-nos porque estamos aqui presos sem razão.” A noite foi muito estranha e tivemos impressão de estar num local muito inseguro, devido à atitude de alguns polícias.
O caminho até à fronteira da República Democrática do Congo faz-se por entre selva, estrada de terra batida e cheia de buracos com lama, e, uma paisagem muito bonita com casas de palha e lama.
Durante todo o caminho há imensa gente na estrada a carregar coisas de aldeia em aldeia, todos a pé, ou com motas táxi.
Mais tarde chegámos à pequena aldeia de Lasu, local de saída do Sudão Meridional, onde carimbámos os nossos passaportes.
Pediram-nos 100 pounds para sair, mas eu negociei para 10 pounds.
O rapaz que trata dos passaportes e carimbos é muito jovem e simpático. Mas foi uma situação estranha já que havia um rapazito deficiente mental a gritar imenso ao pé de nós.
Seguimos para os militares sudaneses e verificação da carrinha. Saímos do Sudão e atravessámos a “no man’s land” por entre selva e arbustos até ao portão de entrada na zona fronteiriça da Republica Democrática do Congo. Pode ver em baixo a fotografia da placa do Congo.
Mapa da minha viagem no Sudão do Sul
Pode ver neste mapa a estrada de que falo neste artigo. É a estrada marcada a vermelho desde Juba no Sudão do Sul até Aba na RDC.