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Locais UNESCO em Espanha

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Índice

Locais UNESCO em Espanha

A Espanha é um dos países europeus com uma História mais rica e a sua relativa extensão oferece ao visitante que aprecia a Natureza uma enorme variedade de ecossistemas. Por outro lado, o impacto das condições naturais e os contextos históricos são distintos de região para região, criando uma imensa diversidade.

Desde as praias mediterrânicas e da forte influência cultural islâmica que se encontram no sul, até às maravilhas arquitectónicas de Barcelona e à projecção da influência francesa na Catalunha, poderemos passar pelo centro do Império e actual capital de Espanha, Madrid, pela costa agreste da Galiza, pela misteriosa terra dos Bascos e pelas regiões montanhosas dos Picos da Europa.

Há uma infinidade de lugares arqueológicos, mãos cheias de aldeias e vilas históricas, cavernas fabulosas, vestígios pré-históricos e de todas as camadas civilizacionais que se sucederam: romanas, visigóticas, árabes. Enfim, há em Espanha um pouco de tudo, uma capacidade incrível de satisfazer todos os gostos e preferências.

Estes são alguns dos melhores destinos para visitar em Espanha. Os locais UNESCO Património Mundial em Espanha são locais protegidos pela sua importância cultural ou natural.

Locais inscritos na Lista do Património Mundial em Espanha:

  1. Alhambra, Generalife e Albaicín, Granada
  2. Catedral de Burgos
  3. Centro Histórico de Córdova
  4. Mosteiro e Sítio do Escorial
  5. Obras de Antoni Gaudí
  6. Caverna de Altamira e Arte rupestre paleolítica do Norte da Espanha
  7. Monumentos de Oviedo e do Reino das Astúrias
  8. Cidade Antiga de Ávila com suas Igrejas Extra-muros
  9. Cidade antiga de Santiago de Compostela
  10. Cidade Antiga de Segóvia e seu Aqueduto
  11. Arquitectura Mudéjar de Aragão
  12. Cidade Antiga de Cáceres
  13. Cidade Histórica de Toledo
  14. Parque Nacional de Garajonay
  15. Catedral, Alcazar e Arquivo das Índias em Sevilha
  16. Cidade Antiga de Salamanca
  17. Mosteiro de Poblet
  18. Caminho de Santiago de Compostela
  19. Conjunto Arqueológico de Mérida
  20. Mosteiro Real de Santa Maria de Guadalupe
  21. Parque Nacional de Doñana
  22. Bolsa da Seda de Valência
  23. Cidade Histórica Fortificada de Cuenca
  24. Las Médulas
  25. Mosteiros de San Millán de Yuso e de Suso
  26. Palácio da Música Catalã e Hospital de Sant Pau, Barcelona
  27. Pirenéus – Monte Perdido (sítio transfronteiriço com a França)
  28. Arte rupestre da Bacia Mediterrânica da Península Ibérica
  29. Universidade e Bairro Histórico de Alcalá de Henares
  30. Ibiza, Biodiversidade e Cultura
  31. Sítios de arte rupestre do Vale do Coa e Siega Verde
  32. San Cristóbal de La Laguna
  33. Igrejas Românicas Catalãs do Vall de Boí
  34. Conjunto Arqueológico de Tarraco
  35. Palmeiral de Elche
  36. Muralhas Romanas de Lugo
  37. Sítio Arqueológico de Atapuerca
  38. Paisagem Cultural de Aranjuez
  39. Conjuntos Monumentais Renascentistas de Úbeda e Baeza
  40. Ponte da Biscaia
  41. Parque Nacional do Teide
  42. Torre de Hércules
  43. Paisagem Cultural da Serra de Tramuntana
  44. Património do mercúrio. Almadén e Idrija (sítio transfronteiriço com a Eslovénia)

Locais UNESCO em Espanha

Catedral, Alcázar e Arquivo das Índias em Sevilha

SEVILHA, ESPANHA
SEVILHA, ESPANHA

A cidade de Sevilha é um universo histórico, mercê da importância que teve no desenvolvimento do Império Espanhol e mesmo da construção da moderna Espanha. Em 1986, ao abrigo dos critérios I, II, III e IV, a UNESCO inscreveu na sua Lista um conjunto de locais composto pela Catedral, pelo Alcázar e pelo Arquivo das Índias. A Catedral é o maior edifício religioso em estilo gótico do mundo, tendo sido construída a partir de 1401 e concluída um século mais tarde. O Alcázar é aquilo a que a UNESCO chama “um compêndio de culturas”. Foi erigido originalmente pelos Umayyad no século X, alargado pelos governantes Almóadas e alterado pelos cristãos a partir de 1248, resultando numa fusão de estilos admirável. Quanto ao Arquivo das Índias, foi mandado construir em 1572 por Filipe II, sob a orientação de Juan de Herrera, albergando hoje 80 milhões de páginas de documentos sobre a administração do Império entre XVI e XVIII.

Os Trabalhos de Antoni Gaudi

BARCELONA
BARCELONA

É em Barcelona que a criação artística de Gaudi pode ser observada, com especial destaque para os sete trabalhos incluídos nesta entrada da lista de Património Mundial da Humanidade: Parque Güell, Palacio Güell y Casa Milá, Casa Vicens, o trabalho de Gaudí na fachada da Natividad e a cripta da Sagrada Família, a Casa Batlló e a cripta da Colonia Güell. Note que apesar dos Trabalhos de Antoni Gaudi terem sido incluídos na Lista em 1984, ao abrigo dos critérios I, II e IV, até 2005 apenas eram considerados dois deles, Parque Güel e o Palacio Güel y casa Milá. O arquitecto Antoni Gaudi (1852-1926) foi um visionário, fazendo uso de técnicas e conceitos muito pessoais, não só na arquitectura mas também nas artes decorativas com que adornou as suas criações. Morreu incompreendido e foi preciso esperar décadas para que a sua valiosa obra fosse reconhecida pelo Mundo.

Alhambra, Generalife and Albayzín, Granada

Esta é uma inscrição tripartida, que data de 1984, ano em que os Palácios de Alhambra e de Generalife assim com o bairro de Albayzin, todos localizados em Granada, na Andaluzia, foram admitidos na Lista sob os critérios I, III e IV. Albayzin é na realidade o núcleo histórico de Granada, e representa hoje o melhor exemplo de uma urbe moura no sul de Espanha, enriquecida com o correr dos tempos com influências de Renascença e Barroco. O Palácio de Alhambra apresenta o mais elevado esplendor mouro na Península Ibérica. Foi construído inicialmente em 889 e a partir daí melhorado sucessivamente, tornando-se em Palácio Real em 1333 e, depois da expulsão dos Mouros do que é hoje Espanha, foi adoptado pelos reis cristãos como sede da Corte Real. Generalife foi construído no início do século XIV, tendo sido usado como palácio de verão pelos monarcas mouros.

  • Ver a inscrição de Alhambra no site da UNESCO.

Catedral de Burgos

A catedral situa-se no centro histórico de Burgos, uma cidade que desempenhou um papel importante na história de Espanha, chegando a ser capital do Reino de Castela. A construção da Catedral de Nossa Senhora de Burgos iniciou-se em 1221, num local onde existia uma anterior igreja, em estilo Românico. O templo apresenta uma arquitectura predominantemente Gótica, mas com a presença de outras influências, o que não surpreende, considerando que o último retoque dado no seu desenvolvimento aconteceu em 1795. No seu interior o visitante encontrará um rico recheio, entre telas, túmulos de figuras históricas e magníficos vitrais, para além de toda as formas de arte sacra que seriam de esperar numa catedral desta importância. A Catedral de Burgos foi adicionada à Lista em 1984, com base nos critérios II, IV e VI.

  • Ver a inscrição de Alhambra no site da UNESCO.

Centro Histórico de Córdoba

Córdoba foi fundada pelos Romanos no século II a.C. mas tornou-se verdadeiramente importante com a chegada dos Mouros, que estabeleceram ali a sua capital. Em meados do século VIII, quando atingiu o seu apogeu, existiam ali mais de trezentos grandes edifícios, entre mesquitas, madraças, palácios e instituições públicas, dizendo-se que rivalizava com o esplendor da grandes cidades do Oriente. O seu histórico reflecte hoje séculos de sobreposição de diferentes culturas, agregando-se em redor da Grande Mesquita, que chegou a ser a segunda maior do mundo islâmico, a seguir à de Meca. Há muito para ver na centro histórico, incluindo uma ponte romana e o Alcazar de los Reyes Cristianos, construído no século VIII sobre uma antiga fortaleza visigótica, e depois da retirada dos mouros, foi residência de Fernando e Isabel de Castela e mais tarde Palácio da Inquisição. Há uma Sinagoga, muitas ruas encantadoras, como a das Flores, sempre adornada com um mar de cor florida, e uma série de praças atmosféricas. O Centro Histórico de Córdoba foi adicionado à lista em 1984, com base nos critérios I, II, III e IV.

Mosteiro e Sítio do Escorial

O Mosteiro do Escorial fica nos arredores de Madrid, a cerca de 45 km a noroeste da capital espanhola. Foi construído na segunda metade do século XVI e foi usado como residência pelos monarcas castelhanos sendo também o local onde durante quinhentos anos foram sepultados. O seu estilo, austero na aparência, representou um corte importante na tradição arquitectónica castelhana, inspirando vindouros trabalhos durante séculos. O complexo foi criado por Juan Bautista de Toledo e completado por Juan de Herrera. Os principais módulos do Sítio são o mosteiro, a igreja, o palácio real, a escola, o seminário e a biblioteca, encontrando-se distribuídos pelo complexo e separados por um conjunto de onze pátios. No fundo, o Escorial é a representação da Coroa Espanhola na época de ouro do seu Império, entre os séculos XVI e XVII. A adição à Lista da UNESCO deu-se em 1984, com base nos critérios I, II e VI.

A Gruta de Altamira e a Arte do Paleolítico nas Cavernas do Norte de Espanha

A Gruta de Altamira foi inicialmente inscrita na Lista em 1984, sendo depois adicionadas dezassete outras cavernas onde foram encontrados vestígios de arte rupestre do Paleolítico, todas localizadas no norte de Espanha. Altamira representa o apogeu da arte rupestre Paleolítica, atingido entre 35000 e 1100 a.C.. Existem vestígios deste tipo de arte um pouco por toda a Europa, mas o que Altamira tem de especial é o elevado nível de preservação das pinturas, obtido graças à profundidade das suas galerias, que mantiveram as representações ao abrigo das alterações climáticas. As pinturas de Altamira foram descobertas em 1879, pelo arqueólogo Marcelino Sanz de Sautuola. Depois de um longo período de abertura ao público, verificou-se que o efeito químico da respiração dos visitantes começava a afectar o estado das pinturas e a gruta foi encerrada. Desde então foram tentadas algumas reaberturas e actualmente mantém-se o debate sobre o assunto.

Monumentos de Oviedo e do Reino das Astúrias

A cidade histórica de Oviedo contém uma série de monumentos que foram colectivamente inscritos na Lista em 1985, com base nos critérios I, II e IV. São sobretudo edifícios de natureza religiosa do período pré-Românico, localizados na cidade e nos seus arredores, com destaque para as igrejas de Santa María del Naranco, San Miguel de Lillo, Santa Cristina de Lena, Cámara Santa e San Julián de los Prados. Junta-se a este conjunto a La Foncalada, uma fonte construída no século IX por ordem do rei Afonso III das Astúrias, baseada nos princípios de engenharia hidráulica trazidos pelos Romanos. No seu conjunto, estes monumentos testemunham a sobrevivência do pequeno reino cristão das Astúrias, em paralelo com o esplendor do apogeu do Emirato de Córdoba.

Cidade Histórica de Ávila e as suas Igrejas de fora de muros

Ávila, localizada na área de Madrid, uns 100 km a noroeste da capital, tem um dos mais bem preservados castelos medievais espanhóis, distinguindo-se pelas suas amplas dimensões. As suas muralhas, com um perímetro de 2,5 km, têm nove portões monumentais, sendo reforçadas por 82 torres principais e 2500 torres de apoio. A cidade foi fundada no século XI, para oferecer resistência aos avanços mouros. Para além do vasto património histórico que pode ser encontrado no interior da cidade muralhada, foram incluídas neste ponto da Lista uma série de igrejas erigidas no exterior: San Segundo, San Andrés, San Vicente e San Pedro. Esta entrada na Lista foi criada em 1985, segundo os critérios III e IV, e em 2007 foram adicionadas mais três igrejas – San Nicolás, Santa María de la Cabeza e San Martín – três conventos datados dos séculos XV e XVI – La Encarnación, San José e Real Monasterio de Santo Tomás. Ávila tem uma longa tradição de conservadorismo, sendo profundamente religiosa e um símbolo da velha Castela e da Espanha tradicional.

Cidade Histórica de Segóvia e o seu Aqueducto

Segóvia localiza-se a cerca de 100 km a noroeste de Madrid. É uma cidade histórica, cujas raízes remontam às tribos que habitavam a área antes da chegada dos Romanos. Foram estes que construíram o famoso aqueduto de Segóvia, talvez o mais bem preservado vestígio da ocupação romana em Espanha. Tem 728 metros de comprimentos, chegando aos 28 m de altura, e esteve em uso até ao século XIX. Mas há outros elementos de destaque no centro histórico da cidade, como a catedral gótica e o seu castelo, ambos construídos na Idade Média, sob as ordens dos reis de Castela. Visitem-se as três antigas igrejas Românicas, de San Juan de los Cabelleros, San Eseban e San Martín, assim como a Casa de Los Picos, um palácio urbano do século XV que se encontra junto ao aqueduto. O Centro Histórico de Segóvia foi adicionado à Lista em 1985, com base nos critérios I, III e V.

Santiago de Compostela (Cidade Antiga)

Santiago de Compostela é uma cidade do norte de Espanha, na região da Galiza, famosa pelo seu complexo religioso e universitário. Tornou-se num destino de peregrinação ainda durante a época de ocupação islâmica da Península Ibérica, foi arrasada pelos mouros no século X e reconstruída nos cem anos que se seguiram. Ao longo dos tempos o seu centro histórico foi moldado sob a influência de sucessivas correntes arquitectónicas, encontrando-se excelentes exemplos de Gótico, Românico, Renascença, Neoclássico e Barroco. O núcleo mais antigo agrupa-se em redor da Catedral e do túmulo de São Tiago. No majestoso templo, construído em estilo Românico, destaca-se o Pórtico de la Gloria e a sua fachada poente, num magnífico Barroco. Santiago de Compostela foi adicionada à lista em 1985, com base nos critérios I, II e VI.

Parque Nacional de Garajonay

Apesar de se encontrar no território espanhol, vamos encontrar este Parque Nacional algo distante, na pequena ilha de La Gomera, nas Ilhas Canárias. A floresta de loureiros é a característica dominante do Parque, ocupando cerca de 70% da sua área de quase quatro mil hectares. Apesar do clima árido dominante no arquipélago, a presença de diversas nascentes e os riachos que cruzam o Parque permitem ali a existência de uma vegetação luxuriante, típica do período Terciário (65 milhões a 2,6 milhões de anos atrás, ou seja, terminado “pouco” antes do aparecimento do Homem), que com o tempo foi desaparecendo da Europa do Sul. Esta abundância de água resulta da exposição da ilha, a mais ocidental do grupo, que recebe as primeiras chuvas vindas de oeste. O Parque Nacional de Garajonay foi adicionado à Lista em 1985, com base nos critérios VII e IX.

Cidade Histórica de Toledo

A importância histórica de Toledo é imensa. Foi uma cidade romana, capital do reino visigodo, base militar dos mouros e, depois de reconquistada, desempenhou o papel oposto, sendo base militar dos cristãos. Chegou a ser capital de Castela. E hoje é um testemunho de todas essas camadas de ocupação, de todo esse riquíssimo passado. A catedral é o centro do centro. A sua construção iniciou-se em 1227, sendo talvez o exemplo mais perfeito de Gótico em Espanha. Em seu redor as ruelas medievais convidam o visitante a perder-se e explorá-las sem um plano. Eventualmente encontrará as grandes referências, como a Mezquita Cristo de la Luz, convertida em igreja mas mantendo características de ambos os tipos de templos. Ou as sinagogas, duas das três que sobreviveram em Espanha depois da expulsão dos Judeus. Para uma perspectiva geral da cidade antiga o melhor é atravessar o rio Tejo e deslocar-se ao Mirado del Valle. Toledo foi adicionada à Lista em 1986 com base nos critérios I, II, III e IV.

Arquitectura Mudejar de Aragão

Esta é uma inclusão colectiva, de uma série de exemplos de arquitectura Mudéjar na região de Aragão. A arquitectura Mudéjar encontra-se presente em Espanha, tendo-se desenvolvido entre os séculos XII a XVII, denotando uma clara influência mourisca. É especialmente comum nas regiões de Castela e Aragão, mas o Mudéjar desta segunda região tem particularidades próprias, adoptando uma base Gótica Cisterciense com detalhes locais. Inicialmente a inscrição na Lista, que se deu em 1986 com base no critério IV, incluía apenas quatro casos, todos eles em Teruel. Em 2001 foram adicionais mais locais, três deles em Saragoça, num total de dez exemplos de Arquitectura Mudéjar de Aragão. Apenas um caso, o do castelo de Aljaferia em Saragoça, não se verifica num edifício de natureza religiosa.

Cidade Histórica de Cáceres

A cidade de Cáceres foi ocupada sucessivamente pelos romanos e pelos visigodos, e nos séculos que se seguiram à invasão árabe da Península Ibérica mudou por várias vezes de mãos, passando do controle mouro para o cristão e vice-versa. Neste período os árabes tiveram oportunidade de reconstruir a cidade, muralhando-a, criando palácios e torres defensivas. No século XIII existia aqui uma forte comunidade judia, cujos traços ainda podem ser observados no Barrio de San Antonio. Durante o apogeu do Império Espanhol, Cáceres floresceu, e o que vimos hoje nesta bonita cidade é o resultado de todos estes séculos, com bonitas ruas medievais com piso de pedra, uma mão cheia de igrejas construídas entre os séculos XIII e XVIII e uma das mais bonitas praças de Espanha, a Plaza Mayor. A Cidade Histórica de Cáceres foi adicionada à Lista da UNESCO em 1986, com base nos critérios III e IV.

Cidade Histórica de Salamanca

Salamanca é mais uma das cidades históricas de Castela, e tal como as outras que constam da Lista, localiza-se a noroeste de Madrid. Foi Romana, Cartaginesa e Moura, mas foi depois, com a Reconquista, que atingiu o seu apogeu, desenvolvendo-se em parte devido à sua Universidade, uma das mais antigas da Europa. A UNESCO adicionou o seu centro histórico à Lista em 1988, com base nos critérios I, II e IV. A grandiosidade da sua Plaza Mayor, construída em 1710 por ordem de Filipe V, e a sua tradicional universidade, fundada em 1250, tiveram grande peso nesta decisão, assim como a fusão e sobreposição de estilos arquitectónicos que se podem observar no seu centro histórico, com elementos de Românico, Gótico, Renascença, Barroco e Mourisco. Destaque para a Ponte Romana, para a Catedral de São Marcos e para os palácios de Salina e de Monterey.

Mosteiro de Poblet

O Mosteiro Cisterciense de Poblet localiza-se na Catalunha e é um dos maiores de Espanha. Foi construído entre os séculos XII a XV, tendo como centro uma igreja que ali nasceu. Tem um estilo considerado austero, foi uma residência real fortificada e é o Panteão das Coroas da Catalunha e de Aragão. O complexo encontra-se envolvido por uma ampla muralha defensiva reforçada com torres octogonais, que dá primeiro acesso a um anel mais recente, do século XVI, onde se encontram os edifícios funcionais, como armazéns e oficinas. Pelo Portão Dourado chega-se ao segundo nível, onde encontramos a Plaza Mayor, a Capela de Santa Catarina e o que resta de um antigo hospital para pobres. Por fim o núcleo do complexo, composto pela igreja principal, pelos claustros e pelos alojamentos monásticos. O Mosteiro de Poblet foi adicionado à Lista em 1991, com base nos critérios I e IV.

Complexo Arqueológico de Mérida

A cidade romana de Augusta Emerita foi fundada após a Campanha Hispânica, em 25 a.C., e tornou-se a capital da província Lusitânia. Entretanto, a moderna cidade de Mérida desenvolveu-se sobre a antiga urbe romana e muito do património foi perdido, mas mesmo assim existe um amplo complexo arqueológico que inclui o anfiteatro, o circo, uma impressionante ponte sobre o Guadiana, uma boa parte do fórum, sistemas de distribuição de água, casas privadas e edifícios religiosos, como os templos de Marte e Diana. A maioria destes elementos encontra-se concentrado no mesmo sitio arqueológico mas alguns, como os banhos termais de Alange, estão um pouco afastados. A UNESCO inscreveu o local na Lista em 1993, ao abrigo dos critérios III e IV, considerando que Mérida é um exemplo perfeito da aplicação dos princípios urbanísticos romanos e um excelente local para o seu estudo.

As Rotas de Santiago de Compostela: O Caminho Francês e as Rotas do Norte de Espanha

A Rota de Santiago que mereceu a inclusão na Lista, em 1993, com base nos critérios II, IV e VI, é a que vem de Espanha, atravessando o norte de Espanha, ao longo de 800 km e atravessando o território de cinco Comunidades Autónomas. Existem quatro vias principais, formando uma rede de acessos com cerca de 1500 km. Esta peregrinação tem raízes profundas, com início na Alta Idade Média, culminando no túmulo de São Tiago, na Catedral de Castelo de Compostela. Note-se que a esta santo é atribuída a Cristianização da Península Ibérica. Todas as Rotas desenvolveram um número de locais históricos associados à peregrinação, hospedarias, hospitais, mosteiros, capelas, pontes e outras estruturas de apoio, que gravaram séculos de evolução arquitectónica e artística. Hoje em dia estes Caminhos são cada vez mais populares, sendo trilhados por pessoas devotas mas também por gentes não religiosa que mesmo assim desejam passar pela experiência de uma das mais belas peregrinações cristãs.

Mosteiro Real de Santa Maria de Guadalupe

Localiza-se na região de Cáceres e nele se resumem quatrocentos anos de arquitectura religiosa em Espanha. O mosteiro nasceu em 1337 e em seu redor desenvolveu-se a cidade de Guadalupe, também ela digna de visita. É um belo exemplo de arquitectura Mudejár, um estilo bastante influenciado pela cultura árabe, especialmente evidente na igreja principal e nos claustros. No seu interior podem-se ver tesouros de grande valor, com destaque para a estátua de Virgem de Guadalupe, que é mantida sobre um trono ricamente ornamentado. O Mosteiro manteve-se ligado à Coroa Castelhana e posteriormente aos monarcas da Espanha unificada. Foi também um lugar de ciência, existindo ali uma Escola de Medicina pelo menos desde 1451. Foi inscrito na Lista em 1994, com base nos critérios IV e VI.

Parque Nacional Doñana

Este Parque Nacional, formado em 1969, localiza-se junto à costa andaluza, não muito longe da fronteira com Portugal, estendendo-se a partir da margem direita do rio Guadalquivir. No seu território de 543 km2 encontram-se ecossistemas distintos, como bosques de pinheiro, lagoas, ribeiros, terrenos pantanosos, sistemas de dunas e maquis. Pode-se encontrar aqui um vasto número de espécies animais, sendo um santuário para o ameaçado Lince Ibérico e para cinco espécies de aves em vias de extinção. Podem-se avistar raposas, veados, texugos, mangustos e uma infinidade de aves, incluindo diversas espécies migratórias. O Parque pode ser visitado todos os dias mas de manhã, pelas oito horas, existe uma visita guiada. Foi adicionado à Lista em 1994 com base nos critérios VI, IX e X.

Cidade Histórica Muralhada de Cuenca

Cuenca foi construída pelos Mouros, numa posição estratégica que na altura seria bem no centro do Califado de Córdoba. Foi conquistada pelos Castelhanos no século XII, tornando-se uma cidade real e sede episcopal. Hoje em dia é uma das mais bem preservadas cidades medievais de Espanha, destacando-se a Catedral – a primeira em estilo Gótico em Espanha – e as casas colgadas, construídas numa posição periclitante, mesmo à beira dos penhascos que barravam a possibilidade de um ataque à cidade. As ruas são atmosféricas, medievais, estreitas, ladeadas de casas altas. A UNESCO adicionou a cidade à Lista em 1996 com base nos critérios II e V.

La Lonja de la Seda de Valencia

Trata-se de um complexo de edifícios construídos entre finais do século XV e início do século XIX como um entreposto para o comércio da seda. Simboliza a época de ouro de Valência e é um dos melhores exemplos de arquitectura Gótica de Espanha, sobretudo o seu núcleo central, a Sala de Contratación, onde os mercadores fechavam os negócios. Numa das alas, onde hoje se podem ver as mobílias originais, funcionava o Tribunal del Mar, um mercado mercantil com poderes para deter mercadores por dívidas e para isso havia uma cela na torre do complexo. Por detrás do bloco principal existe um edifício, mais antigo, também dedicado ao comércio. O complexo foi adicionado à Lista em 1996 com base nos critérios I e IV.

Las Médulas

Em Las Médulas, perto de Ponteferrada, em Leão, os Romanos mineraram ouro durante dois séculos. Nesse período chegou a ser a mina de ouro mais importante de todo o Império, mas eventualmente o mineral esgotou-se e as minas foram abandonadas. O que vemos ali hoje é um testemunho impressionante, não só da presença humana e das tecnologias utilizadas, mas também do impacto que aqueles trabalhos tiveram na natureza, produzindo uma paisagem bizarra, com montanhas retalhadas pela mineração. Aconselha-se o Centro de Visitantes e uma deslocação ao miradouro de La Orellán, de onde se tem a melhor perspectiva da área, especialmente ao amanhecer. Existem diversos trilhos que guiam os visitantes pelo lugar arqueológico. Las Médulas foi adicionado à Lista em 1997, com base nos critérios I, II, III e IV.

Palau de la Música Catalana e Hospital de Sant Pau, em Barcelona

Estes dois imóveis de Barcelona representam um momento único da arquitectura catalã, quando no início do século XX chegou aqui uma vaga de Art Nouveau que marcou a cidade. O arquitecto Lluís Domènech i Montaner foi responsável por ambos. O Palau de la Música Catalana é uma sala de espectáculos, inaugurada em 1908, com um exterior extravagante, de design dominado por linhas curvas e ornamentação baseada em temas florais. O interior é uma obra de arte, com uma magnífica cúpula de vitral e detalhes decorativos valem por si uma visita. O antigo Hospital de la Santa Creu i Sant Pau foi terminado em 1930, tendo funcionado até 2009. É hoje um espaço cultural, com salas de exposições, um museu e uma sala de espectáculos. Este conjunto foi adicionado à Lista em 1997, com base nos critérios I, II e IV.

Pirenéus – Mont Perdu

Este é o único local misto (Natural e Cultural) que Espanha tem na Lista, muito justamente localizado nos magníficos Pirinéus. O Mont Perdu ergue-se a 3,352 metros, estabelecendo a fronteira entre Espanha e França, e para além da sua beleza natural a área é valorizada pela actividade pastorícia tradicional, outrora presente em múltiplos locais em altitude da Europa, mas actualmente confinada aos Pirinéus. As faces norte são frias e húmidas, enquanto que as que se encontram viradas a sul tem um clima quase mediterrânico. Existem por ali traços de presença humana que remontam ao Paleolítico Superior, nomeadamente nas grutas de Añisclo e Escuain, nos círculos de pedras de Gavarnie e no dólmen de Tella. O Mont Perdu foi adicionado à lista em 1997, com base nos critérios III, IV, V, VII e VIII.

  • Ver a inscrição de Pirenéus no site da UNESCO.

Mosteiros de San Millán Yuso e Suso

Estes mosteiros, localizados perto um do outro, no País Basco, devem a sua existência a São Emilio, que em castelhano arcaico se diz Millán. O santo homem estabeleceu-se ali entre os séculos V e VI, criando o Mosteiro de Suso, o mais antigo dos dois. Arquitectonicamente o complexo apresenta influências Moçárabes, Visigóticos e Pré-Românicas, tendo uma particularidade histórica: terá sido aqui que os primeiros registos escritos em castelhano foram feitos, estando associado ao nascimento desta língua. O tempo trouxe alterações a este lugar: foi saqueado, os monges deixarem de ser eremitas e tomaram-se Beneditinos quando no início do século XVI a comunidade passou para o novo mosteiro, mais abaixo, o de Yuso. O Mosteiro de Suso pode ser visitado, o que tem um custo de 4 Euros, mas é necessária reserva. Os mosteiros foram inscritos na Lista em 1997, com base nos critérios II, IV e VI.

Arte Rupestre no Vale de Côa e Siega Verde

Esta entrada da Lista é dividida entre os locais de Vale de Côa, em Portugal, e Siega Verde, em Espanha. Em Siega Verde existem 440 representações de animais gravadas nas paredes, descobertas recentemente, em 1988, pelos professores Manuel Santoja e Rosario Pérez. As principais espécies representadas são cavalos, cabras, touros e veados, com alguns casos de búfalos, e rinocerontes, que na altura habitavam na região. A maioria das pinturas são do Paleolítico Superior, de há 20 mil anos atrás, mas existem algumas, mais recentes, retratando figuras humanas, datadas de há 12 mil anos. No total são 95 painéis, espalhados por cerca de 3 km. O sítio de Foz Côa foi adicionado à Lista em 1998 e mais tarde, em 2010, juntou-se-lhe o de Siega Verde. Foram usados os critérios I e III.

Arte Rupestre na Bacia do Mediterrâneo da Península Ibérica

O conjunto de locais com arte rupestre na Bacia do Mediterrâneo na Península Ibérica é o mais vasto da Europa e o seu estudo tem permitido um considerável avanço no conhecimento das condições de vida e da estrutura social naquela fase do desenvolvimento humano. Apesar do nome sugerir uma cobertura integral da Península Ibérica, os locais estão limitados a Espanha, estendendo-se desde a Catalunha até à Andaluzia, durante cerca de mil quilómetros. No total são 758 localizações, quase todas em áreas com baixa densidade demográfica, distribuídos pelas regiões autónomas da Andaluzia, Aragão, Castilla-La Mancha, Catalunha, Murcia e Valência. As pinturas têm características regionais, não muito fáceis de distinguir, tratando-se dos primeiros testemunhos directos da vida da Pré-História Europeia. O conjunto foi adicionado à lista em 1998 com base no critério III.

Universidade e Recinto Histórico de Alcalá de Henares

Alcalá significa cidadela, e apesar de em Espanha à partida designar esta povoação, pode-se adicionar “de Henares” para diferenciar da outra dúzia de povoações com o mesmo nome que existem neste país. Apesar de existirem diversos elementos de interesse nesta localidade histórica, como o palácio do arcebispo, onde o rei Fernando e Cristóvão Colombo planearam a expedição que resultou na descoberta da América do Norte, o grande destaque de Alcalá é a sua universidade, que foi aliás o seu núcleo histórico. Foi fundada pelo rei Sancho IV em 1293. Em 1836 foi transferida para Madrid, mas em 1977 uma nova universidade foi criada em Alcalá, ocupando parte dos antigos edifícios. A Catedral, ou Iglesia Magistral, é outro elemento fundamental. Apesar de se ter desenvolvido sobre um templo mais antigo, surgiu tal como hoje a vemos no início do século XVI, num claro estilo Gótico. Este complexo foi adicionado à Lista em 1998 com base nos critérios II, IV e VI.

Ibiza, Biodiversidade e Cultura

Na área de Ibiza, nas ilhas espanholas da Baleares, no Mediterrâneo, encontramos um perfeito exemplo da interacção entre os ecossistemas marítimos e costeiros, mas a presença humana que remonta à Antiguidade mereceu também a atenção da UNESCO e por isso esta adição à lista, que se fez em 1999 com base nos critérios II, III, IV, IX e X, é mista, Natural e Cultural. Do ponto de vista humano, em destaque estão os sítios arqueológicos da aldeia de Sa Caleta e da necrópolis de Puig des Molins e o papel desempenhado pela ilha na actividade comercial de Cartagineses e Fenícios. Por outro lado a Alta Vila é um bom exemplo de arquitectura militar Renascentista tendo servido de modelo a inúmeras fortificações castelhanas em diversos pontos do Império.

San Cristóbal de La Laguna

Localiza-se na ilha de Tenerife, arquipélago das Canárias, e foi fundada em 1496, por Alonso Fernandez de Lugo. É hoje a segunda maior cidade deste grupo insular, mas o seu centro histórico, dividido entre a “cidade alta” e a “cidade baixa” é relativamente compacto, permitindo uma visita a pé. Existem 627 edifícios classificados em San Cristóbal, sendo que 361 deles foram construídos entre os séculos XVI e XVIII com forte presença do estilo Mudéjar. Tem especial destaque para o património religioso, incluindo a Catedral de La Laguna e a Inglesa de La Concepcion. A Universidade de La Laguna merece também destaque, tendo sido fundada em 1701. A cidade foi o modelo de povoação não fortificada com planta geométrica que depois foi aplicado em muitas localidades estabelecidas nas Américas. San Cristóbal de La Laguna foi adicionada à Lista em 1991, com base nos critérios II e IV.

Sítio Arqueológico de Tárraco

Tárraco é o nome antigo de Tarragona, na Catalunha, que foi a primeira e a mais importante cidade romana na Península Ibérica. O que sobreviveu até aos dias de hoje dessa cidade distribui-se entre um núcleo central e uma série de localizações periféricas. Uma das particularidades de Tárraco era a adaptação do planeamento urbano à morfologia do terreno, o que a tornou única no contexto das cidades romanas. No que resta dos edifícios de Tárraco pode-se observar de forma bem clara a qualidade dos materiais – muitos deles importados de Roma e de outras partes do Império – e a riqueza ornamental. Distinguem-se as muralhas, o fórum, o circo, o anfiteatro, os sistemas de distribuição de água e vestígios posteriores, como a basílica visigoda, o cemitério cristão e a igreja Românica. Tárraco foi adicionado à Lista em 2000, com base nos critérios II e III.

Sítio Arqueológico de Atapuerca

Este sítio arqueológico localiza-se próximo de Burgos, encontrando-se aqui vestígios fossilizados da primeira ocupação humana da Europa, alguns com cerca de um milhão de anos. Os achados da serra de Atapuerca permitiram aos cientistas chegar a conclusões importantes sobre o aspecto e o estilo de vida destes Europeus originais e sobre o estabelecimento de laços entre estes e os humanos que antes se tinham desenvolvido em África. É de referir a existência de pinturas e inscrições com motivos diversos, desde símbolos geométricos até cenas de caça e representações antropomórficas. O Sítio foi adicionado à Lista em 2000, com base nos critérios III e V.

Igrejas Românicas Catalãs de Vall de Boí

O vale de Boí é estreito, localizando-se nos Altos Pirinéus, cercado por montanhas íngremes. Nesta região cada aldeia tem uma igreja Românica cercada de campos. Foram construídas entre os séculos XI e XII, oferecidas às comunidades pelos Senhores de Erill. São no total nove templos, todos eles classificados como Património Nacional, alguns desde os anos 30 do século XX. Espantosamente é neste grupo de igrejas, rurais e remotas, que se encontra a maior concentração da arte Românica da Europa. De resto, espelham uma forma de vida marcada pela harmonia entre as comunidades e a Natureza envolvente e, segundo a UNESCO, terão desempenhado um papel importante na formação de um sentido de nacionalidade catalã no início do século XX. O conjunto foi adicionado à Lista em 2000, com base nos critérios II e IV.

O Palmeiral de Elche

Elche localiza-se na província de Alicante, na Região Autónoma de Valência, e ali encontra-se um inesperado palmeiral. Foi plantado no século X pelos Mouros, dotado de um elevado número de palmeiras que forneciam tâmaras aos seus criadores. E hoje lá se mantém, com o sistema de irrigação montado pelos muçulmanos ainda em funcionamento e produzindo o fruto em grandes quantidades. Contudo, apesar do interesse da aplicação de técnica agrícolas árabes na Península Ibérica, existem provas da existência de palmeirais deste género na zona de Elche pelo menos desde o século V. Seja com for, mesmo esses casos terão tido origem na influência norte-africana na região. O Palmeiral de Elche foi adicionado à Lista em 2000 com base nos critérios II e V.

Muralhas Romanas de Lugo

As muralhas de Lugo, na Galiza, foram construídas pelos Romanos no final do século III. Actualmente continuam intactas, sendo consideradas pela UNESCO o melhor exemplo de fortificações romanas tardias existente na Europa. Têm um perímetro de mais de dois quilómetros, com uma altura média de nove metros e uma espessura que vai dos quatro aos sete metros. Foram dotadas com 85 torres e o acesso à cidade era permitido por dez portões. Apesar dos trabalhos de renovação efectuados ao longo do tempo, a grande maioria do sistema defensivo de Lugo é original. As Muralhas de Lugo foram adicionadas à lista em 2000, segundo o critério IV.

Paisagem Cultural de Aranjuez

Em Aranjuez, na região de Madrid, onde os rios Tejo e Jarama se encontram, vamos encontrar em perfeita harmonia elementos humanos e naturais. É um complexo obtido através de trezentos anos de desenvolvimento, iniciado com o reinado de Filipe II e prosseguido após a nomeação do local como Sitio Real, no século XVI, mantendo-se sob alçada real até ao século XIX e sendo aberta ao público já no século XX. Vamos encontrar ali elaborados jardins históricos, avenidas ladeadas de árvores, cursos de água cristalina e, claro, o Palácio e o centros histórico de Aranjuez, desenvolvido sobretudo no século XVIII. Aranjuez foi adicionado à Lista em 2001, segundo os critérios II e IV.

Complexos Monumentais da Renascença de Úbeda e Baeza

As cidades de Úbeda e Baeza localizam-se no sul de Espanha, na região da Andaluzia, distando 9 km entre si. As suas estruturas urbanas remontam aos tempos de ocupação muçulmana e de Reconquista cristã, ou seja, ao período compreendido entre o século IX e XIII. Contudo, o que hoje ali vemos foi determinado por uma profunda renovação levada a cabo no século XVI sob os princípios arquitectónicos do Renascimento, chegados a Espanha vindos de Itália e com aplicação ampla no Império das Américas. A Plaza Vázquez de Molina, em Úbeda, é o ponto alto do conjunto, estando ladeada de edifícios do século XVI que formam o principal aglomerado de arquitectura Renascentista de Espanha e um dos mais significativos da Europa. O conjunto foi adicionado à Lista em 2003, com base nos critérios II e IV.

Ponte de Vizcaya

Esta ponte cruza o rio Nervion, junto à sua foz, a poente de Bilbau. Foi criada pelo arquitecto basco Alberto de Palacio e ficou concluída em 1893. É uma ponte diferente, funcionando com uma gôndola suspensa de uma altura de cerca de 40 metros, que logo desde a inauguração transportou pessoas e veículos de uma para a outra margem do rio. Tem 160 metros de comprimento. A sua concepção combina a tradição de construção em ferro do qual Gustave Eiffel foi expoente máximo, com a aplicação dos cabos de aço que começava a ser comum por essa altura. A Ponte de Vizcaya foi adicionada à Lista em 2006, com base nos critérios I e II.

Floresta Primária de Faias dos Carpátos e de Outras Regiões da Europa

A Espanha é um dos doze países englobados por esta entrada da Lista, que incide sobre o ecossistema da floresta de faias que se pode encontrar em diversas áreas da Europa. Floresta Primária de Faias dos Carpátos e de Outras Regiões da Europa foi inscrita na lista UNESCO de Património da Humanidade em 2007, com base no critério IX, mas desde então têm vindo a ser adicionadas novas regiões de floresta, um processo que ainda está em curso. A floresta primária de faias na Europa tem crescido continuamente desde o final da última Época do Gelo, um movimento que prossegue, graças à extrema flexibilidade desta espécie vegetal.

Parque Nacional de Teide

Este Parque Nacional localiza-se na ilha de Tenerife, arquipélago das Canárias, e inclui o cone vulcânico Teide-Pico Viejo, que se ergue até aos 3,718 metros, a terceira maior formação vulcânica do mundo. O Parque, criado em 1964, tem quase vinte mil hectares. O Parque foca-se naturalmente na natureza vulcânica da região, com vulcões, crateras, túneis de lava e uma notável palete de cores que são enriquecidas pelas condições atmosféricas frequentes no local. Os visitantes são bem vindos, existindo uma estrada cujo percurso dá uma ideia bastante boa da natureza do parque e dois centros de informação. Apesar da riqueza geológica do Parque os amantes de animais poderão ficar desapontados. Os únicos mamíferos nativos são morcegos, mas existe uma variedade considerável de insectos e de répteis. O Parque foi adicionado à lista em 2007 com base nos critérios VII e VIII.

Torre de Hércules

Este é o nome dado ao farol que se ergue numa península próxima de La Coruña, na Galiza. Naquele local tem funcionado um faro da auxílio à navegação desde o século II e a origem romana do farol revelava-se no nome que localmente era dado à estrutura até ao início do século XX: Farum Brigantium. O espantoso é que uma boa parte da estrutura é a original, construída pelos romanos, e que o farol ainda está em funcionamento. Na realidade, dos 57 metros de altura da estrutura, os primeiros 34 metros foram de facto construídos pelos Romanos, e o restante foi adicionado em 1791, no decorrer de obras de renovação dirigidas pelo engenheiro naval Eustaquio Giannini. A impressionante estrutura é o mais alto farol romano existente e o segundo maior farol em Espanha. Foi adicionado à Lista em 2009 com base no critério III.

Paisagem Cultural da Serra de Tramuntana

O estilo de vida das comunidades da Serra de Tramuntana, na Catalunha, não se terá alterado significativamente nos últimos séculos. A principal marca deste sistema é a adaptação das comunidades às características do terreno, pouco propícias às práticas agrícolas. Perante um cenário tão desfavorável as pessoas desenvolveram técnicas de lavra, criando socalcos e optimizando o consumo de água, que é um bem precioso na região. Há um complexo sistema de canais e tanques que permitem a irrigação que mantém pomares, hortas e campos de oliveira em boa saúde. A paisagem é marcada por uma série de aldeias, igrejas e torres defensivas que enriquecem a área. A Paisagem Cultural da Serra de Tramuntana foi adicionada à Lista em 2011, com base nos critérios II, IV e V.

Património do Mercúrio. Almadén e Idrija

Esta é uma entrada na Lista dividida entre Idrija, na Croácia, e Almadén, em Espanha. Ambos grandes centros mineiros de extracção de mercúrio, especialmente a localização espanhola. Estas minas estiveram activas durante cerca de dois mil anos, tendo encerrado apenas em 2003, tendo sido ao longo dos tempos a maior fonte de mercúrio do planeta, estimando-se que tenham sido extraídos 250.000 toneladas métricas do produto. Depois do encerramento o complexo abriu para o público, existindo um Centro de Visitantes, um Museu do Mercurio, um Parque Mineiro e um Centro de Exposições no antigo Hospital Mineiro de São Rafael, onde se encontra também o Arquivo Histórico das minas. No que toca à mina, os visitantes podem visitar um segmento de uma galeria a 50 metros de profundidade, uma pequena amostra quando comparada com as galerias que estiveram activas a 700 metros. As Minas de Almadén e Idrija foram adicionadas à Lista em 2012 com base nos critérios II e IV.

Dólmenes de Antequera

Este complexo localiza-se na Andaluzia, no sul de Espanha, e é composto por três monumentos megalíticos e por dois monumentos naturais. São eles os dólmenes Menga e Viera e o tholos El Romeral. Quanto aos elementos naturais, tratam-se das formações rochosas La Peña de Los Enamorados e El Torcal. Os monumentos foram construídos no Neolítico e na Era do Bronze, sendo compostos por diversas câmaras cobertas. São monumentos funerários, sendo considerados dos testemunhos megalíticos mais notáveis da Pré-História europeia. Encontram-se nas imediações da cidade de Antequera, ela própria uma notável localidade histórica que merece uma visita (é conhecida como “A Florença da Andaluzia). Os Dólmenes de Antequera foram adicionados à Lista em 2016, com base nos critérios I, III e IV.

Lista de locais em apreciação

  1. Enclave Cultura do Românico do Norte de Castela e Leão e do Sul da Cantábria (1998)
  2. Fortificações Defensivas de Fronteira (1998)
  3. A Rota da Prata (1998)
  4. Moinhos Mediterrânicos (1998)
  5. Complexo Arqueológico Grego de Empúries, l’Escala, Girona (2002)
  6. Itinerário de Vinho e Vinhas das Cidades Mediterrânicas (1998)
  7. A Ribeira Sacra, Lugo e Orense (1996)
  8. Itinerário Cultural de Francisco Xavier (2001)
  9. A Face Mediterrânica dos Pirinéus (França e Espanha) (2004)
  10. Cultura Talaiótica de Minorca (2013)
  11. Trilhos de Gado de Mesta (2007)
  12. Vias Romanas. Itinerários do Império Romano (2007)
  13. Ancares – Somiedo (2007)
  14. Castelo de Loarre (2007)
  15. Património Histórico de El Ferrol do Iluminismo (2007)
  16. Património Histórica da Mineração (2007)
  17. Plasencia – Monfragüe – Trujillo: Paisagem Mediterrânea (2009)
  18. Catedral de Jaén (extensão do Complexos Monumentais da Renascença de Úbeda e Baeza) (2012)
  19. Valle Salado de Añana (2012)
  20. La Rioja e Rioja Alavesa e a Paisagem Cultural de Vinhas (2013)
  21. Priorat-Montsant-Siurana: Paisagem Agrícola da Montanha Mediterrânica (2014)
  22. Retiro e Prado em Madrid (2015)
  23. Madinat al-Zahra (2015)
  24. Le Portail du Monastère de Ripoll (2015)
  25. Turó de la Seu Vella de Lleida (2016)
  26. Mosteiro de Santa Maria de La Rábida e o Memorial a Colombo em Huelva (2016)
  27. Paisagem Cultural de Risco Caído e as Montanhas Sagradas da Gran Canaria (2016)
  28. Igreja de San Salvador de Valdediós (2017)
  29. A Paisagem de Oliveira da Andaluzia (2017)
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