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Nesta entrevista temos o viajante Luís Seco.
Vamos conhecer um pouco mais sobre quem viaja e explora o mundo. Nesta rubrica “QUEM VIAJA“, proponho dar a descobrir várias pessoas que viajam o mundo à sua maneira, cada um de forma diferente. Tento criar assim, um perfil de viajante, rápido e fácil de ler sobre vários viajantes portugueses e brasileiros.
Luís Seco – Perfil de Viajante
- Nome completo: Luís Filipe Correia Seco
- Profissão: Professor de Inglês
- Data de nascimento: 1974
- Local de nascimento: Évora – Portugal
- Local de residência: Évora – Portugal
- Quantos países já visitou: 17
- Quantos continentes já visitou: 3
- Maneira preferida de viajar: Carro, bicicleta
- Comida preferida: Tudo o que não tenha carne e esteja bem temperado. Adoro comida indiana (embora nunca tenha ido à Índia).
- Cor preferida: Hummm. A ter que ser alguma, roxo. E preto.
- Banda preferida: Todos e mais alguns estilos. Embora na minha adolescência tenha ouvido mais Rock e isso tenha ficado.
- Fruta preferida: Gosto de todos os frutos menos os tropicais e os silvestres. Sou fã incondicional de frutos secos.
- Livro de viagem preferido: Os escritos pelo grande mestre e viajante José Megre. Uma escrita que nos faz mesmo ir “lá”, de carro por todo o lado, como eu gosto mais de fazer.
- Já se apaixonou por alguém em viagem? Sim. Durou 20 segundos e depois continuei o caminho.
- Você vive para viajar ou viaja para viver? Vivo para viajar e viajo para viver. Uma não existe sem a outra.
- Próximas viagens: Escócia, Argentina, Japão
- Países onde não voltaria: Voltaria a todos… Se não me faltasse o tempo para conhecer uns novos.
- Países onde voltaria: Marrocos, Turquia, Holanda
- Países com melhor comida: Marrocos, Portugal, Tailândia.
- Qual o país com mulheres / homens mais bonitos: Portugal e Tailândia
- Hotel preferido: Essa é fácil. Auberge du Sud, nas Dunas de Erg Chebbi, Marrocos. Pela comida, pela hospitalidade e pela localização. Tenho uma relação muito estranha com o deserto. Está sempre a chamar-me.
- Site / blog: www.fotoviajar.com
Luís Seco – Rubrica: Quem viaja – Falar com o viajante
Fotografia Viagem de Luís Seco
Qual é a sua relação com as viagens? O que pretende encontrar enquanto está a conhecer outros países?
A minha relação com as viagens tem vindo a “piorar” com o tempo. Ando sempre a pensar em viagens, mesmo quando ainda não regressei duma. Mas só consigo fazer duas ou três maiores por ano e ando a ver se redescubro Portugal com outros olhos.
Gosto muito de descobrir coisas novas, seja o que for. Sou apaixonado por comida, arquitetura, história, natureza, pessoas simpáticas e humildes,… Cada vez mais, viajo também para fotografar. Na minha opinião, a fotografia de viagens é dos géneros mais difíceis que há porque inclui grande parte dos outros géneros (arquitetura, paisagem, reportagem, retrato, pode ter macrofotografia, ação, retrato, etc). Também inclui, claro, a fotografia de rua, que é um desafio para mim.
Ultimamente já me liberto mais em viagem, um objetivo que persigo há uns tempos. Consigo agora planear menos e deixar mais tempo ao acaso, quero conhecer não só os monumentos e atrações principais mas igualmente o que calhar pelas ruas ou estradas dos lugares por onde viajo. Basicamente, o que eu quero mesmo encontrar é tudo o que seja diferente do que já conheço.
Muitos viajantes ficam fortemente marcados por algumas viagens, certas pessoas, culturas diferentes e experiências especiais. Qual a viagem mais marcante para si e conte o porquê:
Normalmente, as viagens que me marcam são aquelas que faço de carro a conduzir muitos quilómetros. Adoro conduzir tudo o que tenha rodas. Não sei porquê mas, ao contrário de muitos viajantes, sou um bocado “alérgico” a autocarros e a viajar com horários. Bem sei que é uma forma de conhecer melhor as pessoas que vivem nesses lugares, fazer os que elas fazem, mas gosto de ser eu a decidir os meus horários e percursos e ter a liberdade de mudar de ideias a meio. Sou uma espécie de especialista em mudar de ideias de repente.
Não posso falar de uma viagem apenas que me tenha marcado. De carro, fiz parte de Marrocos (duas vezes) e Islândia, dois países fabulosos com paisagens fantásticas sem ninguém à vista. Depois, os caminhos vão dar a um lugar no meio do nada onde vivem as pessoas mais incríveis. A natureza pura e as pessoas puras não se encontram muito hoje em dia.
Também gostei bastante de fazer 8.000 km de carro pela Europa em apenas 15 dias e perceber como mudam as pessoas e a cultura dos vários países no centro da Europa só porque cruzamos uma fronteira. Para além destes países, também fiquei completamente apaixonado por Istambul, Turquia, onde encontrei tudo na dose certa. Exotismo, edifícios deslumbrantes, gastronomia deliciosa, tranquilidade ao fim do dia nas mesquitas. Tenho mesmo que voltar à Turquia com mais tempo para visitar o resto do país.
Algumas pessoas precisam de ser incentivadas a sair de casa, a perder o medo de viajar. Que conselhos pode dar a alguém que quer começar a viajar mas não sabe como, quando e porquê?
Talvez não faça muito sentido eu dar conselhos porque o meu ideal de viagem pode ser completamente diferente do de outras pessoas mas sugiro que leia um artigo que escrevi há tempos que se chama “Top 10 dos mitos sobre viagens e viajar” para incentivar as pessoas a sair de casa.
Não há uma forma “certa” de viajar. Cada um gosta do que gosta. Há quem prefira ir para um hotel à beira da água descansar, há quem faça voltas ao mundo à boleia. Cada um deve viajar à sua maneira, para satisfazer os seus interesses. É preciso é descobrir ou redescobrir algo e que não fiquemos em casa. Ainda hoje me diverti imenso a ir visitar um castelo que fica apenas a 20 km da minha casa e onde já tinha ido 20 vezes. Saio muitas vezes na minha pequena cidade (Évora) para tentar andar por ruas por onde nunca tinha passado. Ou então para encontrar algo novo nas ruas que já conhecia.
Sugiro também aos viajantes que saibam bem o que vão encontrar nos países para onde forem. Falei com muitas pessoas que não gostaram de certos lugares porque os homens olhavam muito para as mulheres, ou porque estava sujo, ou porque choveu quase sempre, ou porque a comida era condimentada, etc, etc. É preciso saber para onde vamos e aceitarmos isso. A diferença é que torna interessante cada viagem.
É fácil encontrar um lugar que temos curiosidade em conhecer, seja porque o vimos na televisão, internet, filmes, revistas ou sites e blogs. Esse lugar que ficou na cabeça é o “tal”. Depois é preciso é mergulhar de cabeça.
Já viveu num país diferente mais do que seis meses? Se sim, onde foi e o que esteve a fazer. Diga-me também, o que retirou dessa sua experiência de viver no estrangeiro:
Nunca vivi noutro país. Por razões profissionais mas também porque gosto de ir e voltar.
Escolher uma paisagem preferida pode ser muito difícil. Mas tente escolher uma paisagem que ficou para sempre na memória. O que sentiu naquela altura?
Praticamente todas as paisagens que pude ver nos Fiordes Ocidentais da Islândia. São centenas de quilómetros a atravessar montanhas ou a subi-las e descê-las com o Oceano Atlântico ali ao lado. Horas sem ver outro carro.
Também não posso deixar de referir o deserto, especialmente o de areia. De preferência do topo de uma duna bem alta e sem ver ninguém nem nada excepto areia.