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Fui a Cuba com 2 amigos meus durante um mês. Fomos na altura da época baixa, a suposta época dos furacões (hurricane season). Não experienciamos nenhuma situação de chuva extrema mas tivemos umas tempestades que já assustam alguns.
Alugámos um pequeno carro e guiámos cerca de 4000km atravessando toda a ilha e todas as suas regiões. Demos um bom olhar por Cuba, nas suas paisagens, monumentos e pessoas.
Decidi ir a Cuba para corresponder ao pedido do meu amigo Eric, que recentemente descobriu que o seu pai era cubano. A nossa missão em Cuba era assim um pouco diferente do turista normal, e, criou-nos assim, situações tipo telenovela brasileira durante toda a viagem.
O nosso primeiro contacto com o país foi logo no aeroporto onde por acaso a policia foi simpática e que de certa maneira nos acolheu e nos deu as boas vindas ao país de Fidel Castro.
Numa chegada pela noite a dentro, facilmente conseguimos arranjar transporte para o centro da cidade, olhámos para o mapa do Lonely Planet e decidimos “aterrar” no centro de Havana junto ao Capitólio, sem saber precisamente nada acerca do sítio para onde íamos.
Conseguimos esta moderna carrinha taxi Hyundai que nos cobrou 25$CUC desde o aeroporto até ao centro da cidade. Sabemos que teriamos conseguido por volta de 10$CUC mais barato mas não faz mal.
O motorista do táxi pôs música tradicional cubana no leitor de CDs e fomos a apreciar as primeiras impressões sobre a cidade e o país.
O nosso plano era ir para o centro e de lá andar um pouco até encontrarmos uma “casa particular” ou pensão barata para pernoitarmos.
Fomos deixados mesmo em frente do edíficio do Capitólio de Havana. Agora sim podiamos mesmo de perto apreciar os antigos carros americanos dos anos 50, o seu look e o seu ruído (para não falar do seu fumo intoxicante).
O que aconteceu depois de algum tempo a andarmos com as mochilas às costas foi que cedemos a um dos “jineteros” que nos levou a um sítio barato numa rua entre a Refugio e a Prado.
Depois de conhecermos um pouco o dono desta pensão, descobrimos que Reynaldo era um alcoólico que passava os dias e as noites num outro mundo, o mundo da bebida.
De qualquer maneira deu logo para perceber que era boa pessoa e fez-nos assim rápidamente um abreviar dos perigos e atenções a ter na cidade.
O que ele também queria na verdade era salvaguardar os seus interesses pois se nós fomos roubados, ele mesmo teria a polícia à porta o que seria muito mau, podendo perder a licença de alugar quartos, pois, só a tinha para cubanos e não para estrangeiros.
Reynaldo apressou um pouco a conversa e fomos logo direitos ao pagamento de 20$CUC por quarto, 40$CUC por 2 dias ( 30EUROS ) decidimos ficar por 2 noite. 3 pessoas no quarto, 2 nas camas e 1 a dormir no chão.
Perigos em Havana Cuba por Reynaldo
- não trocar dinheiro nas ruas, pois normalmente os turistas são altamente enganados e recebem Pesos Cubanos e não Pesos Convertibles, uma outra moeda existente em Cuba que vale 40x menos
- não beber ao ponto de ficar bêbado e voltar para casa e cair num buraco na rua ou levar com um carro
- raparigas no quarto, bem…não poderiamos deixá-las sozinhas pois faziam desaparecer o nosso dinheiro. Também avisou que se fossem mais de 3 raparigas, ele se juntava à festa, mas claro que participava no evento com uma garrafita de rum
- cuidado com possíveis assaltos e puxões nas ruas à noite
- não andar um de nós sozinho na rua e ter atenção a certos tipos de rapazes
- não comprar cigarros e charutos na rua pois são falsos e cheios com coisas más e estranhas que não se devem fumar ( se é que alguma coisa deve fumar mesmo )
Fomos interrompidos quando o Reynaldo teve que ir alugar o seu quarto a um senhor que chegou com uma prostituta. Este senhor deixou a moça no quarto ( depois de fazer questão de nos apresentar a ela e à sua presença no quarto esponjada em cima da cama ), e bebeu um copo de rum e pimba, lá foi à vida dele.
Quando acabou, a rapariga foi-se embora e ele veio de volta para ao pé de nós meter mais conversa…mas, veio despido só com uma tanguinha preta. Conseguimos deste homem “interessante” mas simpático, toda a informação possível para arranjar cubanas.
O fogão cozia batatas já a queimar à algumas horas. A noite estava quente. Enquanto na varanda, carros antigos e raparigas passavam na rua. Muitas, bonitas. Quase despidas, Estilo Regaetton. O cheiro de rum estava no ar. Estávamos em Cuba. Chegámos.
Diários de Cuba “on the road” 2007
Aqui algumas linhas de algumas palavras que escrevi em Havana, nos 1ºs dias de chegada. Estas são palavras de experiências ainda frescas, o cru, o “à flor da pele”, não como o artigo que escrevi em cima. Será assim um complemento mais a sério. Espero que gostem.
1º dia – 21.9.2007
O 1º dia foi a grande viagem de avião Lisboa até Madrid e daqui até Havana. Quase 10horas de voos fazem desta etapa da viagem um grande esticão e fazem ver que o mundo não é assim tão pequeno como dizemos. Mesmo num “pássaro de aço” que anda a mais de 800km/hora demora-se muitas horas para chegar onde no mapa parece já ali.
O 1º contacto com o país foi o Aeroporto Internacional José Martí que me recebeu com uma enorme bicha de espera para carimbar os passaportes e para trocar dinheiro. A senhora que me carimbou o passaporte foi muito simpática e disse-me “bienvenido a Cuba”. Pedi-lhe para carimbar o passaporte pois às vezes não carimbam.
Dali tínhamos que ir de táxi até ao centro. Não sabíamos ao certo onde ir. Vendo o 1ºmapa que nos apareceu do centro de Havana, resolvemos ir para junto do Capitólio Nacional. Quando fomos apanhar o táxi, uma grande carrinha Hyundai, perguntámos ao taxista quanto era, este perguntou ao homem que está na porta do aeroporto a arranjar táxis para os turistas e este mesmo respondeu $25. Devíamos ter só falado com o taxista já que o outro comeu logo ali $5CUC por fazer o preço do táxi para nós. O preço deveria ter sido $20CUC, mas o outro come comissões de arranjar táxis, mas, os táxis estão já ali, não precisamos dele para nada. Lá fomos então com música cubana e um ar condicionado super gelado, por 25km até Centro Havana, de noite, a apreciar as vistas e ver como é Cuba na realidade.
O nosso 1º deslumbre foi ver as carradas de carros clássicos americanos dos anos 50 em muito bom estado. A surpresa também fora os carros e os camiões russos, Volgas e Kamaz. O nosso segundo deslumbre foi ver na quantidade de roupa que não se usa no país. Anda tudo muito despido, com a menor quantidade de tecido em cima do corpo possível.
Decidimos através do mapa do livro guia de Cuba da Lonely Planet ir até ao Havana Centro, local onde mais para nós parecia ser o centro né? E foi. Acertámos em cheio. Em cheio na pior zona da cidade mas naquela onde é sem dúvida a Havana verdadeira.
Fomos largados à frente do Capitólio já muito de noite, resolvemos andar até acharmos um sítio para dormir. Depois de algumas fotos nocturnas ao Capitólio e a alguns carros, um gajo veio oferecer os seus serviços de guia, ou simplesmente ajudar-nos a encontrar um local para dormir. Dizia que tinha um amigo que tinha uma casa grande, no centro e muito barata. Com muitas baratas era o que ele queria dizer…mas pronto, confiamos nele e lá fomos. Descemos a Avenida Prado até à Rua Refúgio, rua escura, com poças de água, buracos, carros antigos e uma leve brisa a maresia que vinha do mar já mesmo ali ao lado.
Entrámos numa ruela escura, parece que esta zona da cidade não é uma das mais seguras, seguimos e decidimos estar bem atentos, a andar em fila indiana e espaçados uns dos outros para termos espaço de manobra e podermos ver bem o que se passava à nossa volta. Tínhamos que ter bem a noção de tudo, do espaço e das pessoas que estavam na rua naquele momento pois não queríamos ser roubados logo na primeira hora na cidade. Nada aconteceu.
Chegámos à dita casa. Veio um senhor que se apresentou: – Reynaldo! Um cubano que estava bêbado e que prontamente nos convidou a fiar em sua casa, um prédio velho, com um quarto simples e casa-de-banho partilhada com um outro quarto ao lado do nosso onde morava uma família cubana. Como não tinha mais quartos vagos, ficámos os 3 neste, 2 noites por $40CUC preço total e pago ali na hora.
Tínhamos agora um quarto bem no centro de Havana, na zona velha. A cair aos bocados, local de prostitutas e bêbados onde nem mesmo os meus amigos tomaram banho, eu como já vi coisas piores não me fez muita confusão e tomei banho sempre.
O Reynaldo avisou-nos logo muito bem das coisas a fazer atenção enquanto em Havana, e, especialmente as regras para estar em sua casa:
- Droga não
- Polícia não
- Meninas OK, mas para olharmos sempre bem as nossas coisas, se tivessemos mais de 3 raparigas no quarto ele teria que se juntar à festa, participando com uma garrafa de rum
- Trocar dinheiro na rua não, só em bancos ou escritórios autorizados. Um italiano que ali esteve trocou 400EUROS por Pesos Cubanos em vez de trocar por Pesos Convertibles. Recebeu então 500 Pesos Cubanos…o correspondente a 16EUROS. Ui que deve ter doído. 1PESO CONVERTIBLE = 24PESOS CUBANOS
- Comprar charutos na rua não
- Verificar sempre os preços e os trocos que recebemos
Este senhor que esteve bêbado durante os 2 dias que lá estivemos, foi na verdade o nosso 1º conselheiro e o nosso 1º guia em Havana. Ele explicou-nos muitas coisas de Cuba que não sabíamos, relação entre pessoas, algo de política e principalmente acerca dos preços das coisas e dos ordenados que se ganham em Cuba. Ficámos a saber tudo o que se pode saber de como se arranja meninas.
A aventura pela noite dentro ainda não tinha acabado. Reynaldo foi comprar uma garrafa de rum que nos ofereceu, deu-nos uns copos e ficámos na varanda. Entrámos no quarto de Reynaldo para ver as fotos e as suas revistas. As raparigas que iam passando na rua iam acenando todas contentes. Ficámos ali a conviver até vir um homem que nos fez ter que sair de lá para poder estar mais à vontade com a prostituta que trazia, e nós para lhe darmos mais privacidade saímos para o terraço interior para ele dar a queca. Em cima disto tudo, depois ainda se junto a nós a beber mais rum, mas, só tinha uma tanga preta bem apertadinha. Ui…este também fez o favor de nos por bem a par do mundo das raparigas, que dizia ele só queriam um pouco de conversa e carinho. Não podia faltar. Novamente esta conversa. O gajo tanta coisa e nem demorou 20minutos com a rapariga… 😀
Alguém se esqueceu das batatas a cozer no fogão, na cozinha pequena, suja e escura. O senhor da tanga apagou o fogão.
2 camas e o Eric dormiu no chão, o Palmeirão e eu dormimos nas camas. O saco cama da Rita deu jeito e o meu saco / mochila de ganga virado do avesso serviu de excelente fronha para a almofada.
Comi as últimas empadas de seitan que comprei no Celeiro.
O ar em Havana é muito húmido. Está sempre humidade no ar e a noite foi-se tornando um pouco fria que aos poucos fui-me tapando. A noite ficou por aqui.
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