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O distrito de Évora é das regiões mais fascinantes de Portugal, com boas acessibilidades mas mantendo um raro toque muito próprio. A própria capital de distrito está classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade em Portugal, o mesmo se passando com a cidade fortificada de Elvas.
Além de ser prioridade visitar Évora, há ainda outros locais de reconhecido interesse turístico no distrito, como é o caso de Monsaraz, Estremoz, Évoramonte ou Montemor-o-Novo. Mas depois há uma infinidade de recantos escondidos, maravilhosos, que mantêm uma personalidade única que já não se encontra noutras partes do país. São sobretudo pequenas aldeias, com as suas ruas rodeadas de casas brancas, pitorescas, com recortes pintados de cores vivas, igrejas como só nesta parte do país se encontram, lavadouros, fontes e fortificações. Um toque sempre comum a todas estas pequenas povoações alentejanas será a arquitectura do Estilo Português Suave, representada em escolas primárias, lavadouros públicos e juntas de freguesia.
A planície alentejana domina a paisagem, com os seus campos dourados de trigo, as suas barragens e açudes, os seus campos de oliveiras. Infelizmente a desertificação demográfica tem-se acentuado, deixando marcas: povoações sem vida, montes desabitados, escolas primárias desactivadas Mas também isto faz parte deste Alentejo que é o do distrito de Évora. Há também por estas terras uma elevada concentração de vestígios pré-históricos, devido a tocarem-se aqui as bacias hidrográficas dos rios Tejo, Sado e Guadiana, que tornavam a região um ponto de passagem essencial.
O Alentejo é uma região muito bonita e com muitos lugares desconhecidos ou esquecidos no tempo. A simplicidade da terra e das pessoas faz desta zona de Portugal um lugar ainda por descobrir. Durante os meus anos a estudar em Évora, aproveitei para viajar muito na região. Tenho nesta página uma pequena lista de 22 Lugares Desconhecidos no Distrito de Évora no Alentejo, que você possivelmente nem sabe que existem. Peço desculpa pela qualidade das fotografias, mas as imagens foram tiradas há mais de 15 anos com uma máquina digital de primeira geração.
Melhores atrações do Distrito de Évora
- Viana do Alentejo,
- Vale do Pereiro,
- Terena,
- São Pedro,
- São Matias,
- São Brissos,
- São Bartolomeu do Outeiro,
- São Sebastião da Giesteira,
- Santa Sofia,
- Santa Justa,
- Portel, Mitra,
- Graça do Divor,
- Escoural,
- Cromeleques dos Almendres,
- Boa Fé,
- Alqueva,
- Arraiolos,
- Anta do Zambujeiro,
- Alcáçovas,
- Azaruja.
Lugares para visitar no Distrito de Évora
1- Azaruja
O nome da aldeia de Azaruja provém do da ribeira que ali passa, a da Razucha. Chegou a chamar-se Vila Nova do Príncipe, mas o regime republicano implantado em 1910 não gostou, e a designação da localidade voltou à antiga. Hoje é uma das mais populosas e industrializadas aldeias do distrito de Évora, devido às fábricas de processamento de cortiça ali existentes, trazidas por investidores ingleses e catalães. Esta situação criou uma comunidade única, simultaneamente rural e burguesa, e pelas esquinas da aldeia era normal ouvir português, castelhanos e catalão. Existe mesmo um enchido típico de Azaruja – a Botifarra – que mais não é do que uma variação da Botifarra da Catalunha. Uma visita à Azaruja não pode deixar de lado a Igreja Paroquial, o Pelourinho, o Palácio do Conde da Azarujinha. Um pouco mais afastados da aldeia mas com algum interesse temos a antiga estação de comboios, o arco do portão da Quinta de Santo António e a Ermida de Nossa Senhora do Monte do Carmo (1757).
2- Alcáçovas
Alcáçovas terá ficado conhecida para a história pelo tratado que ali se assinou, entre as monarquias de Portugal e de Castela, decorria o ano de 1479. O Tratado de Alcáçovas foi um dos antecessores do mais famoso Tratado de Tordesilhas (1494), que em conjunto com o de Toledo (1480) pretendia dividir o mundo até então desconhecido da Europa em duas partes. Hoje em dia Alcáçovas é uma simpática localidade com um extenso património histórico que vale a pena conhecer, com destaque para o Paço dos Henriques, também conhecido como Horto do Paço das Alcáçovas ou Paço Real da Vila. Palácio de traça gótica com influência mudéjar, foi nele que casaram as princesas D. Isabel e D. Beatriz, matrimónios de vital importância histórica que visaram consolidar as boas relações entre Portugal e Espanha. Foi também ali que D. João II escreveu o seu testamento. Há também a Igreja Matriz ou Igreja do Salvador de Alcáçovas, destacando-se ali o seu adro e cruzeiro, a Ermida de São Pedro, a Fonte dos Escudeiros e a Capela das Conchas. Ali por perto, procure-se a Fonte Concelho que, dizem os antigos, oferece água fresca há mais de setecentos anos, e também o Convento de N. Senhora da Esperança, santa milagreira que inspirou a edificação no início do século XVI.
3- Anta do Zambujeiro
O distrito de Évora é riquíssimo em vestígios humanos pré-históricos e a Anta do Zambujeiro é disso um bom exemplo. É a maior da sua categoria na Península Ibérica e já foi chamada de “A Catedral do Neolítico”. Está localizada nas imediações de Valverde e foi erigida entre 3.500 a 4.000 anos antes de Cristo. Foi descoberta para a ciência em 1965, estando ainda selada. No seu interior, ao qual se acede por um corredor de 12 m de comprimento, encontrava-se a câmara funerária, centro funcional de um monumento funerário deste tipo. Durante as escavações foram encontrados uma série de artefactos que hoje se encontram no Museu de Évora.
4- Arraiolos
Arraiolos é uma pitoresca vila a curta distância de Évora, distinguindo-se pelo seu castelo (1305), de planta pouco comum, circular, e pelos famosos tapetes de Arraiolos. Para além destes pontos de interesse, é agradável passear nas suas ruas, tipicamente alentejanas, com a habitação característica da região a predominar, casas brancas, de piso térreo descansando um pouco no jardim público onde se encontra um bonito coreto. Mas há mais para ver em Arraiolos: o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, com base na Praça do Município, mas repartido por quatro núcleos museológicos; a Aldeia da Terra, um complexo conjunto de modelos que se estendem por 3 mil m2, criado pelo artesão Tiago Cabeça; o Convento dos Lóios, fundado no século XVI, transformado em pousada, com uma igreja ricamente decorada em azulejo. Outros pontos a visitar: a Igreja Matriz de Arraiolos, a Igreja da Misericórdia, o Chafariz dos Almocreves, o Pelourinho da vila, o Palácio da Sempre Noiva de Arraiolos. Por fim, não deixe de provar as famosas empadas de Arraiolos.
5- Barragem do Alqueva
A construção da Barragem do Alqueva terá sido porventura a obra mais complexa, dispendiosa e longa de Portugal. Desde os primeiros estudos até à sua conclusão decorreram cinquenta anos. As obras arrancaram por fim em 1998 e foram concluídas em 2002. Resultou uma albufeira com 250 km e mais de 1100 km de orla, que se tornou o maior lago artificial da Europa. A paisagem da região foi redesenhada, com a albufeira a tornar-se omnipresente. Da construção da barragem resultou também a submersão da Aldeia da Luz, cujos habitantes foram realojados numa aldeia de traça semelhante, construída para o efeito junto à margem da Albufeira, onde se destaca o excelente centro interpretativo. A albufeira tem sido aproveitada para fins recreativos, oferecendo excelentes recantos para a pesca, para o contacto com a natureza e com as comunidades locais. As acessibilidades foram melhoradas, foram construídas marinas de recreio e a região tornou-se mais atractiva. Claro que uma visita à própria barragem é imprescindível. Para se ter uma perspectiva quase geral da albufeira pode-se subir à aldeia histórica de Monsaraz e apreciar as vistas das muralhas do seu castelo.
6- Boa Fé
A aldeia de Boa Fé, foi sede da junta de freguesia de Nossa Senhora da Boa Fé até à reestruturação de 2013, e localiza-se a oeste de Évora, entre o complexo megalítico dos Almendres e as grutas do Escoural. Trata-se de uma pequena aldeia, com apenas 322 habitantes (na freguesia, 2011), onde não se passa, apenas se vai. De património de evidente interesse histórico há apenas a salientar a igreja da aldeia e uma ponte antiga, conhecida como Ponte do Lagar da Boa Fé, que cruza a ribeira de São Brissos. A ponte, de três arcos e 27 m de comprimento, terá sido construída no século XVIII, servindo a estrada que na altura ligava Évora a Alcácer do Sal. De qualquer modo, uma visita a aldeia vale pelo convívio com as pessoais locais, pela observação do quotidiano numa pequena comunidade alentejana e dos detalhes dos arruamentos e das habitações.
7- Cromeleques dos Almendres
O complexo megalítico dos Cromeleques dos Almendres é o maior conjunto de menires estruturados da Península Ibérica. Não se sabe ao certo quando os dois recintos que constituem o complexo foram construídos, mas terá sido entre 6 a 3 mil anos antes de Cristo. Constituem os cromeleques um total de 95 blocos de pedra, ou monólitos, tendo sido descobertos em 1964 pelo investigador Henrique Leonor Pina. Dez dos blocos apresentam elementos decorativos, na forma de relevos ou gravuras. Encontram-se em propriedade privada, na Herdade dos Almendres, mas a secção onde se encontram os vestígios foram cedidos pelo dono para utilização pública, pelo que qualquer visitante pode caminhar por entre os blocos de pedra, sentindo-se de volta a um outro tempo, místico, de druidas e estranhos ritos.
8- Escoural
Perto da aldeia de Santiago de Escoural foi em 1963 descoberta a gruta de Escoural, onde foram encontrados vestígios de ocupação humana desde o Paleolítico Médio. Foram encontradas ossadas que testemunham os hábitos de caça dos que ali se abrigavam, com vestígios de auroques, cervos e cavalos. Do Paleolítico Superior foi encontrada uma rocha usada como santuário onde foram gravadas representações de animais. Mais tarde, já no Neolítico, a gruta foi utilizada como local de enterro. Actualmente para se visitar a gruta, é necessária uma marcação prévia no Centro Interpretativo do Escoural, na aldeia próxima. Entre 2009 e 2011 a gruta foi alvo de uma profunda obra de requalificação, com a instalação de passadiços e iluminação.
9- Graça do Divor
O seu nome provém dos Romanos, que chamavam ao local “Campo Divorum”, ou seja, Lugar dos Deuses. A aldeia é característica da região, com uma população envelhecida, a sofrer de desertificação, mas também muito pitoresca, com as casas brancas adornadas de recortes pintados a azul. A Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Graça do Divor será talvez o único património arquitectónico individualmente digno de referência, datando originalmente do início do século XVI, mas sofrendo alterações posteriores. Nas proximidades pode ser visitada a antiga estação de caminhos-de-ferro, vestígios pré-históricos (menires, antas e cromeleques), edificações medievais (Morgado da Oliveira, Solar da Sempre Noiva, Ermida de Santa Catarina, Fonte do Abade), Romanas (Vila da Herdade da Azinheira) e fontes antigas (Fonte do Pomar de Divor e Nascentes da Água de Prata).
10- Igrejinha
A aldeia de Igrejinha é sede da junte de freguesia com o mesmo nome, sendo das mais pequenas do distrito, com apenas 922 habitantes. É uma aldeia encantadora, onde se destaca a igreja e respectivo cruzeiro, e as casas baixas, de fundo branco e faixas ornamentais pintadas em cores vivas. Quem visita Igrejinha deverá também procurar as duas fontes, ambas centenárias: a Fonte Pública, mandada construir pelo cidadão J. J. Franco para benefício da comunidade, e o chamado Tanque do Leão, tradicional ponto de reunião dos habitantes de Igrejinha, que ali se concentravam. À entrada da povoação encontra-se a antiga fábrica de produtos derivados de tomate, “O Divor”, hoje abandonada, mas que em tempos foi um núcleo dinamizador da economia local.
11- Mitra
A Herdade da Mitra é a sucessora da Quinta do Paço de Valverde, um local com uma extensa história que se inicia no século XVI, quando foi criada pela diocese (mitra) como local de repouso das suas figuras mais distintas. Foi ali construído um paço episcopal, do qual restam ainda alguns edifícios. Em meados desse mesmo século mandou o Cardeal D. Henrique (o mesmo que fundou a Universidade de Évora) ali criar o Convento do Bom Jesus do Valverde. Quando as ordens religiosas foram extintas, em 1834, a propriedade passou para a posse do Estado e a partir de 1921 o local iniciou a sua longa relação com as instituições de ensino: nesse ano começou ali a funcionar a Escola Prática de Agricultura de Évora, que em 1973 foi integrada na Universidade de Évora, que ainda hoje ali mantém um pólo académico onde funcionam os departamentos de Engenharia Rural, Fitotecnia, Medicina Veterinária e Zootecnia.
12- Portel
Portel é uma bonita vila e sede de concelho, com excelente acessibilidade, uma vez que se situa junto a uma das principais vias que liga Beja a Évora. O seu elemento mais característico será o castelo, que se ergue no topo da localidade. Terá sido construído por volta de 1262 pelo rei D. Afonso III, oferecendo uma vista deslumbrante sobre Portel e sobre a planície alentejana. Não muito longe, num lugar já fora da vila, encontram-se as ruínas de uma antiga capela que bem merece uma visita. A Igreja Matriz de Portel foi construída no primeiro quartel do século XVI e em seu redor se desenvolveu a vila. Há em Portel outros edifícios religiosos de relevo, como a Igreja da Misericórdia, de 1630, erigida no local onde antes se encontrava uma velha ermida. Os Paços do Concelho foram originalmente construídos em 1646, e completamente renovados em 1876. E muito mais haveria a dizer sobre Portel e sobre os locais que aqui merecem ser visitados: o Parque da Matriz, a Cerca de São Paulo ou o Museu da Freguesia. Mas independente dos pontos de destaque que referi, Portel é toda ela pitoresca e certamente interessará ao viajante que por lá passar.
13- Santa Justa
Santa Justa localiza-se a alguns quilómetros a norte de Évora, entre a auto-estrada A6 e a Estrada Nacional N4, próximo quer de Arraiolos quer do Vimieiro. A sua sede de freguesia é a aldeia de Vale Pereiro. Santa Justa é uma daquelas comunidades típicas do Alentejo. Calma, com poucos habitantes, ruas direitas ladeadas de casas brancas de um só piso. É uma povoação isolada, onde apenas se vai de propósito. Por ali se distingue uma velha igreja do século XVIII, hoje em ruínas, o cemitério da aldeia, que pode ser visitado, uma escola primária tipicamente portuguesa, também abandonada e uma fonte de onde a população se refrescava e retirava água noutros tempos.
14- Santa Sofia
A pequena aldeia de Santa Sofia fica próximo de Montemor-o-Novo, mesmo junto à A6. Chegou a ser sede de freguesia e sabe-se que em 1759 tinha 79 casas. Distingue-se ali a igreja e respectivo cruzeiro, cuja existência é pela primeira vez referenciada em documento em 1424. A renovação que foi feita mais tarde, já no século XVII, terá inserido o estilo barroco que perdura até hoje. Para além de conviver com os simpáticos habitantes de Santa Sofia, poderá o visitante passear pelas poucas ruas de Santa Sofia, espreitar a antiga escola primária, ainda em excelentes condições, assim como o lavadouro público.
15- São Sebastião da Giesteira
A aldeia de São Sebastião da Giesteira é uma pacata localidade alentejana com cerca de setecentos habitantes. Localiza-se a oeste de Évora, quase a meio caminho entre a capital e Montemor-o-Novo. É uma aldeia sem evidentes motivos de interesse. Para além do lavadouro público e da antiga escola primária é um local ideal para a observação do estilo de vida, pacato e sereno, do espaço rural alentejano. Contudo, nas suas imediações encontra-se a Anta de Pinheiro do Campo, um monumento megalítico identificado em finais do século XIX, com uma câmara e composta por sete esteios. Basicamente todos os elementos desta anta se encontram nas suas posições originais.
16- São Bartolomeu do Outeiro
Esta aldeia foi no passado conhecida por Oriola de Cima, por até 1836 ter pertencido à antiga Vila da Oriola. Encontra-se próxima de Viana do Alentejo e da fronteira distrital com Beja. Na aldeia existe uma bonita igreja paroquial, cujas origens remontam à Idade Média, onde se distingue uma escultura de mármore de São Bartolomeu, o santo padroeiro da localidade, que surge com uma representação do Diabo presa a si. Estando próximo do ponto mais alto da serra de Portel, pode-se em São Bartolomeu do Outeiro visitar o miradouro, onde se localiza um posto de vigilância de incêndios, e de onde se tem uma vista impressionante. A não perder é a “aldeia dos pequeninos”, uma representação à escala da aldeia.
17- São Brissos
São Brissos, no distrito de Évora, concelho de Montemor-o-Novo, não deverá ser confundida com a mais conhecida São Brissos junto a Beja. Ambas as localizadas adoptaram o nome de um santo português que foi o segundo bispo de Évora, morto pelos romanos por volta do ano 312. Perto da aldeia existe uma capela (de Nossa Senhora do Livramento) espectacular que foi construída no século XVII utilizando uma anta pré-histórica (entre 4 a 3 mil anos antes de Cristo) que se encontrava no local, resultando numa fusão muito interessante. Na aldeia, visite-se a igreja paroquial, datada do século XVI, construída num estilo rústico com adornos regionais e toques de manuelino. Existe também por ali uma antiga escola primária, hoje votada a um abandono relativo.
18- São Matias
São Matias é mais uma pequena aldeia nas imediações de Évora. Foi fundada no século XVI e chegou a ser sede de junta de freguesia, entretanto extinta no início do século XX. É idêntica a tantas outras localidades do seu tipo, altamente rural, de população reduzida. Tem uma igreja paroquial em frente da qual se ergue o cruzeiro, um local que foi violentamente devassado em 1808 quanto das tropas francesas sob o comando do general Louis Henri Loison aqui chegaram, uma escola primária em desuso, casas branquinhas, muito características, com recortes ornamentais pintados a azul.
19- São Pedro
Junto a Portel, a cerca de 4 km da localidade, ergue-se uma colina, no topo da qual foi construída uma pequena ermida a que se deu o nome de São Pedro. Na realidade, o local de culto que ali vemos hoje data do primeiro quartel do século XVII, mas já ali existia uma outra, duzentos anos mais antiga. É um local a visitar, até porque as vistas de que se goza daquele ponto elevado. Ao final da tarde pode-se usufruir da tranquilidade do local, enquanto o cruzeiro fronteiro à ermida vê a sua sombra projectada, conseguindo-se ali excelentes fotografias de pôr-do-sol.
20- Terena
Terena é dos locais mais afastados da sede de distrito, Évora, localizando-se a 79 km daquela cidade alentejana. A vila, também conhecida por São Pedro ou São Pedro de Terena, nasceu em lugar elevado, fundada em, 1262, abraçando o castelo ali colocado pela posição estratégica do monte. Muito património há para apreciar nesta pacata localidade: a Igreja Matriz, também chamada de São Pedro, construída antes do século XIV, a Igreja da Misericórdia, datada do século XVI, o Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova, a Capela de Santo António, de meados do século XVII, as ermidas de São Sebastião e de Nossa Senhora da Conceição da Fonte Santa e as ruínas da antiga ermida de Santa Clara. Para além do vasto património de carácter religioso, pode ser visto o pelourinho que data do século XVI, a Torre do Relógio e, ali por perto, a ponte antiga, o povoado romano de Endovélico e os restos do Castro de Castelo Velho.
21- Vale do Pereiro
Vale Pereiro é hoje uma aldeia remota, a uns quantos quilómetros a norte de Évora, sede da freguesia com o mesmo nome e que parece dever o nome aos muitos pereiros silvestres que se encontram na zona. Mas já teve tempos áureos, quando na época da ocupação árabe aqui laborava uma mina de cobre. Existe mesmo uma velha casa em ruínas que remete para esses tempos, a chamada “casa da moura”. No século XVII a exploração da mina reatou-se, por pouco tempo, e o mesmo aconteceu há apenas setenta anos (no âmbito do complexo mineiro de Aljustrel), quando foram encontrados utensílios usados pelos antigos mineiros. Na aldeia poderão visitar-se as igrejas de Santa Justa (século XVII) e de São Sebastião, assim como a Fonte de Santa Justa, à qual a lenda associa com alguns milagres e a antiga estação de comboios.
22- Viana do Alentejo
Esta é uma das mais conhecidas vilas alentejanas, tendo uma população de cerca de 3 mil habitantes. Recebeu em 1313 uma Carta de Foram do rei D. Dinis e logo se começou a trabalhar na construção do seu castelo. Durante algum tempo o castelo foi reforçado, tendo D. João II ali residido temporariamente. Mas a partir do início do século XVI a praça-forte foi caindo em decadência até se tornar apenas num testemunho do passado. No interior do castelo encontra-se a igreja matriz, uma ocorrência pouco comum. Este templo foi construído no século XVI, um projecto de Diogo de Arruda em estilo manuelino, com um belo portal em pedra mármore. Mas o edifício mais interessante da vila encontra-se na sua orla: o Santuário de Nossa Senhora de Aires, de 1760, com um incrível estilo rococó conhecido pelas grandes festividades e feiras que ali se realizam desde o século XVI, quando no local existia uma ermida e algumas hospedarias para alojar viajantes. No local, não perder a Casa dos Milagres, a antiga sala das confrarias, recheada com centenas de ex-votos reunidos ao longo dos séculos.