Índice
Visitar a Província de Fars
Irão, o que mais posso dizer deste maravilhoso país? Uma mistura de pessoas altamente acolhedoras, uma incrível variedade paisagística, segurança ao viajante, e uma fantástica história que se reflecte no número infindável de património, fazem da nação persa, o destino de férias perfeito.
O número de monumentos e locais de interesse para visitar no Irão é tão diverso, que resolvi fazer uma página regional.
Nesta página partilho consigo lugares bonitos que não poderá perder, quando visitar a Província de Fars. Esta região é possivelmente a mais famosa do Irão, pelo facto de ser aqui que se encontra a cidade antiga de Persepolis, situada a alguns kms de distância de Shiraz. Mas, Fars, está realmente cheia de património histórico que acaba por não ser visitado já que a maioria dos viajantes não sai da rota clássica.
A Província de Fars e o povo persa
Fars é uma adaptação árabe da antiga palavra Pars, o nome antigo da região Persis. É uma das 31 províncias do Irão, sendo a quarta mais populosa, com 4,4 milhões de habitantes. Foi o coração do Império Persa e não é uma coincidência que a língua que se fala hoje no Irão se chame Farsi. Os antigos persas estabeleceram-se na região por volta do século X a.C. e deram origem ao grande império Aqueménida, a que se seguiu o Selêucida, o Parto e, finalmente, o Sassânida.
Fisicamente existem três áreas distintas em Fars. No norte a paisagem é claramente montanhosa. No centro as características são de deserto, com invernos com chuva escassa e verões escaldantes. E por fim o sul, com invernos rigorosos, podendo ocorrer queda de neve, e verões quentes.
Encontram-se em Fars duas das mais importantes antigas capitais da Pérsia, Pasargadae e Persepolis e a sua capital, Shiraz, é uma das cidades mais interessantes do país, com atractivos suficientes para manter o visitante entretido durante diversos dias.
Na região de Fars existem quatro locais – dois deles colectivos – da Lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO: Persepolis, Jardins Persas, Pasargadae e Paisagem Arqueológica Sassânida da Região de Fars.
Facto interessante: o farsi, é a Língua franca do Irão. Aquela que é falada e usada para comunicação entre pessoas que não partilham a mesma língua materna. Devido à diversidade étnica do Irão, o idioma persa (farsi) só é a língua materna de 46% da população do país.
Lugares para visitar na Província de Fars no Irão
Ordem alfabética
Ardashir Ardashir Bishapur Dokhtar Nomas Imam Zade Izadkhast Jahrom Kavar Lar Maharloo Lake Margoon Naqsh-e Rajab Naqsh-e Rustam Pasargadae Persepolis Sarvestan Shapur Shiraz Sarab-e Bahram Tal Abik Tang-e Chogan Timur Mirza Firuzabad
1. Baixos-relevos da Vitória do rei Ardashir
Visitar Ardashir
Este conjunto de baixos-relevos pode ser encontrado a cerca de 7 km a nordeste do Palácio de Ardashir. Trata-se da representação do combate vitorioso de Ardashir contra o último rei Parto, Artabanus, em 224.
Acredita-se ser o primeiro trabalho do género do período Sassânida, a obra que precedeu uma série de oitenta e oito baixos-relevos dessa época que hoje podem ser vistos em diversas partes do país. É composto por seis figuras montadas, claramente divididas em três grupos. Identificam-se individualidades. Para além do próprio Ardashir, estão representados o seu filho Shapur, que domina Dadbundad, o ministro do rei Artabanus, também presente.
O passar dos séculos e o efeito dos agentes naturais causaram danos na sua parte inferior mas a monumentalidade do conjunto, com dezoito metros de comprimento e quatro de altura, e os detalhes, como os elementos ornamentais nas barbas das figuras e as roupas e armaduras, não se perderam.
Fotos dos Baixos-relevos da Vitória do rei Ardashir
2. Palácio de Ardashir
Visitar o Palácio de Ardashir
O Império Sassânida foi fundado pelo rei Ardashir I em 224, quando venceu o último rei dos partos, Artabanus V. A dinastia rapidamente estabeleceu alianças e laços de fidelidade com a nobreza parta e estendeu-se durante quase quinhentos anos, tendo terminado com a chegada dos Árabes, que trouxeram consigo o Islão.
No seu apogeu o Império cobria quase toda a área do Médio Oriente, estendendo-se ainda até actual Paquistão, Uzbequistão, Egipto, partes da actual Rússia e uma boa fracção da Turquia.
Contudo, à entrada do século VII o declínio e a perda de vitalidade dos Sassânidas era evidente, e quando os exércitos árabes começaram a pressionar o outrora poderoso Império Sassânida pouco mais era do que um conjunto de feudos.
A religião dominante dos Sassânidas era o Zoroastrismo e ao longo de diversos reinados um clérigo chamado Kartir teve uma imensa influência na governação do Império. Apesar disso a liberdade de culto sempre foi uma realidade no Império Sassânida.
Para além do domínio territorial os Sassânidas projectaram a sua influência na área comercial e diplomática para regiões ainda mais afastadas, mantendo relações com a China e com a Índia.
Fotos do Palácio de Ardashir
3. Bishapur
Visitar Bishapur
Esta antiga cidade Sassânida, localizada na antiga rota que ligava Persis a Elam, é hoje um importante sítio arqueológico que pode ser visitado a partir de Shiraz.
A cidade foi fundada por Shapur, que reinou entre 241 e 272, tendo sido construída por soldados romanos capturados aquando da derrota do imperador Valeriano, em 260. Isto explica os traços claramente romanos de alguns dos elementos presentes em Bishapur, como a sua própria planta, em grelha, ao contrário do habitual plano circular das cidades persas.
O castelo, localizado no topo de uma íngreme colina, era o núcleo da urbe. Destaque para o palácio, para os diversos baixos-relevos existentes em diversos pontos da cidade, para o templo de Anahita e para o chamado “monumento da gruta”, localizado a cerca de 5 km a leste de Bishapur.
Toda a cidade encontrava-se defendida por um sistema de muralhas que se acreditem ter chegado aos dez metros de altura. No seu apogeu a população de Bishapur atingiu os 80 mil habitantes. O seu declínio iniciou-se com a chegada dos árabes e do Islão, apesar de se ter tornado um dos principais centros de aprendizagem religiosa, como ilustra a madraça que ali foi escavada. No século X ainda ali viviam algumas pessoas, mas pouco depois foi abandonada em definitivo.
Fotos de Bishapur
3. Castelo de Dokhtar
Visitar o Castelo de Dokhtar
Conhecido como Qalah-e Dokhtar, o que significa “Castelo da Filha” (note-se a semelhança do vocábulo “Dokhtar” com o inglês “Daughter”), numa referência à filha do rei Ardashir , fundador da dinastia Sassânida e seu construtor em 209. Contudo, há um segundo significado no nome da fortaleza, associando-se “Dokhtar” à pureza, num sentido virginal. Será então o castelo invicto, inviolável.
O castelo localiza-se na região da cidade de Kerman, encontrando-se no topo de uma colina que é rodeada em três dos seus lados por um rio que ali serpenteia. No seu interior encontra-se um palácio e vários edifícios que terão funcionado como casernas.
Arquitectonicamente encontram-se ali os elementos característicos do período Sassânida: salas alongadas, janelas recuadas, arcos e cúpulas e escadarias monumentais. A estrutura foi construída em pedra, existindo vestígios de um acabamento aprimorado, feito de estuque, que deverá ter sido depois ornamentado com pinturas.
Note-se que o castelo é por vezes denominado Templo do Fogo de Anahita, revelando as influências zoroastrianas do local.
Em 2016 tiveram lugar trabalhos de conservação promovidos pelas autoridades iranianas, que visaram preservar a estrutura que ameaçava colapsar, depois de apenas nos últimos cem anos ter perdido cerca de quatro metros da sua altura original.
Fotos do Castelo de Dokhtar
4. Região dos nómadas junto a Fath Abad
Nómadas de Fath Abad
Fotos de nómadas iranianos
5. Mausoléu de Imam Zade
Visitar o Mausoléu de Imam Zade
Fotos do Mausoléu de Imam Zade
6. Izadkhast
Visitar Izadkhast
Izadkhast é uma pequena cidade com seis mil habitantes, conhecida pelo antigo Caravansarai que se ergue nas suas imediações e pelo complexo que o rodeia.
Um Caravanserai era um estabelecimento hoteleiro, relativamente seguro e capaz de assegurar a satisfação das necessidades dos comerciantes que cruzavam uma boa parte da Ásia com as suas caravanas. Tiveram um papel especialmente importante na chamada Rota da Seda, da qual Izadkhast era ponto de passagem.
Para além do Caravansarai existe aqui um castelo especialmente interessante pela unicidade da sua arquitectura, que revela influências cruzadas de fontes tão distintas como os períodos Sassânida e Qajar. Foi originalmente construído pelos Sassânidas, tendo sido o primeiro castelo do mundo a ser feito de adobe. As limitadas dimensões da base de pedra onde foi erigido forçaram o desenvolvimento vertical da estrutura e terão influenciado as dimensões das salas, que se apresentam bastante pequenas.
De notar a existência de uma antiga ponte, da era Safávida (início do século XVI a meados do século XVIII).
O complexo histórico de Izadkhast é desde 2007 candidato à inclusão na lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
Fotos de Izadkhast
7. Jahrom
Visitar Jahrom
Com mais de 100 mil habitantes, Jahrom é a terceira maior cidade da região de Fars, localizando-se próximo do seu centro geográfico, uns 180 km a sul de Shiraz.
Chega-se a Jahrom facilmente, com frequentes ligações por autocarro desde Shiraz, Teerão e mesmo Bandar Abbas. Além disso existem voos da capital quatro vezes por semana a preços muito aceitáveis.
Uma vez na cidade tente negociar com um taxista uma ida à gruta de Sangeshkan, a sul da cidade, provavelmente a maior gruta do mundo escavada pelo Homem sem recurso a meios mecânicos modernos.
Se preferir ficar por Jahrom, terá alguns elementos interessantes para visitar: na alameda de Azadegan, frente à Faculdade de Literatura, existe um templo do fogo, Ghadamgah. A mesquita e madraça de Khan, na rua Ebrat, datam do período Sassânida. Já a mesquita Jame, ou seja, a mesquita de Sexta-feira, onde toda a congregação se reúne no dia santo do Islão, merece também uma visita, tendo sido construída no período Seljuk.
Os amantes de mercados não quererão perder Bazar de Jahrom, que funciona ali desde a dinastia Zand (segunda metade do século XVIII).
Fotos de Jahrom
8. Ponte Sassânida de Kavar
Visitar a Ponte Sassânida de Kavar
Diz-se que esta ponte sobre o rio Qara Aqaj remonta ao início da era Sassânida, quando Ardashir I derrotou o rei dos partos, Artabanus IV. A ponte media 125 metros e assentava em seis arcos, tendo quatro metros de altura e seis de largura.
Dificilmente poderá ser datada do reinado de Ardashir, já que apresenta sinais de técnicas de construção romanas. O significado disto? Deverá ter sido construída por prisioneiros romanos, provavelmente capturados na sequência da vitória sobre o imperador Valeriano, em 260, obtida pelo filho de Ardashir, Shapur I.
A forma dos arcos parece indicar uma renovação da ponta no século VII, no período inicial da islamização da Pérsia. O que faz sentido, pois foi nessa altura que a estrada que a ponte servia, ligando Firuzabad a Shiraz ganhou importância.
Existem vestígios de obras posteriores, nomeadamente nos períodos Safávida e Qajar, mas hoje em dia não se pode atravessar a ponte já que o segmento central do tabuleiro colapsou.
9. Cidade de Lar
Visitar Lar
Lar localiza-se a 370 km a sudoeste de Shiraz e tem cerca de 60 mil habitantes. O seu nome advém de um dos heróis do livro épico Shahnameh, escrito pelo celebrado poeta persa Ferdowsi, que viveu entre 977 e 1010, que alegadamente terá fundado a cidade.
Teve um papel importante na rede de rotas comerciais que ligavam
Actualmente a cidade encontra-se claramente dividida em duas partes: a nova Lar, uma urbe moderna iraniana, e a cidade antiga, onde se encontram os bazares e os elementos mais interessantes para o visitante.
Entre estes destaque para os castelos de Qadamgah, que se eleva no topo de uma colina junto à cidade antiga, e de Ejdeha Peykar, este último construído antes da era Islâmica e habitado até ao século XX.
Se quiser ver algo diferente, procure o reservatório de água de Seyed Ja’fari. Com um diâmetro de 14 m e uma altura de 10 m, a sua água é distribuída pelo bairro através de um intrincado sistema de canais construídos na era Safávida.
A principal mesquita de Lar é notável, merecendo uma visita. O que impressiona é a cor, a intensidade do azul turquesa que reveste o templo, incluindo a sua cúpula e minaretes, especialmente quando observados contra o contrastante amarelo do deserto.
O bazar de Qeisariyeh é um clássico mercado persa, tendo sido construído durante o reino de Shah Abbas, no século XVI. É candidato a inclusão na Lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO desde 2007.
Fotos de Lar
10. Lago Cor-de-Rosa de Maharloo
Visitar o Lago Maharloo
Este lindíssimo lago salgado encontra-se próximo de Shiraz e apesar de não ser acessível através de transportes públicos pode ser facilmente visitado com recurso a um táxi.
É também conhecido como Lago Cor-de-Rosa, e é um paraíso para os observadores de aves, apesar da diminuição de passarada migratória devido à redução da superfície do lago.
O lago tem 600 km2 e ali se encontram diversas salinas que produzem um sal de elevada qualidade.
Se chegar a Shiraz por via aérea tente avistar o lago. É a melhor forma de abarcar visualmente a intensidade da cor das suas águas, conferida por uma alga rosada que ali abunda.
Note que se trata de um lago sazonal, cuja situação evolui com o decorrer das estações do ano. Durante a época das chuvas o nível das águas, trazidas pelo rio Rudkhane-ye-Khoshk, o mesmo que cruza Shiraz, sobe. A meio do verão a tonalidade cor-de-rosa é mais intensa, mas devido ao intenso calor e reduzida afluência de água durante a época, no final da estação quente o lago fica praticamente seco, sendo visível o branco do seu leito.
Fotos do Lago Maharloo
11. Cataratas de Margoon
Visitar as Cataratas de Margoon
Estas quedas de água podem ser encontradas nas montanhas da região de Sepidan, com um enquadramento paradisíaco que se atravessa a pé, admirando-se os mantos de flores e as serranias envolventes. Desde o parque de estacionamento até às quedas de água são 800 metros.
Note que estará a 2200 metros de altitude e espere condições climatéricas em conformidade. No Inverno deverá evitar a visita pois o gelo e a neve podem tornar a estrada de acesso perigosa ou mesmo bloqueá-la. As próprias quedas de água podem congelar em períodos de frio mais intenso.
Uma das características da catarata é que a água que dela cai não provém de nenhum rio ou de uma nascente mais acima. A água emerge ali mesmo, brotando das rochas existentes no local, e precipitando-se de uma altura de 70 metros. A parede vertical, coberta de musgo bem verde, tem uma largura de 100 metros.
Fotos das Cataratas de Margoon
12. Naqsh-e Rajab
Visitar Naqsh-e Rajab
Este local arqueológico, assim como Naqsh-e Rostam, localiza-se na periferia de Persepolis e está inscrito pelas autoridades iranianas como candidato à inclusão na Lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
O que se encontra aqui basicamente são três magníficos baixos-relevos, mandados gravar na rocha pelos dois primeiros reis da dinastia Sassânida. Dois deles representam as cerimónias de investidura dos monarcas, Ardashir I (224-241) e do seu filho Shapur I (241-272), e o terceiro ilustra o rei Shapur I montando a cavalo com um séquito.
Neste última o detalhe é notável, podendo ver-se uma inscrição no peito do cavalo, louvando a antiguidade da linhagem de Shapur e confirmando-o como o imperador dos Arianos.
O local fica a cerca de 3 km a norte de Persepolis, podendo-se caminhar até lá ou, se preferir, vencendo a distância com a ajuda de um táxi. Deverá pagar 500.000 IRR pelo serviço, de ida e volta incluindo tempo de espera.
Fotos de Naqsh-e Rajab
13. Naqsh-e Rustam
Visitar Naqsh-e Rustam
Tal como Naqsh-e Rostam, trata-se de um local arqueológico localizado nas imediações de Persepolis e, em conjunto com esse outro, é candidato à inclusão na Lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
Fica um pouco mais longe de Persepolis, talvez uns 6 km, podendo e devendo ser visitada de forma conjunta com Naqsh-e Rostam.
O destaque aqui vai para a necrópole, destacando-se o túmulo monumental do imperador Dário I. Encontra-se escavado na parede rochosa e denomina-se Huseyn Kuh e tem uma inscrição que transmite o desejo do falecido monarca de reinar com justiça.
Existem mais túmulos criados segundo a mesma técnica, mas não contêm nenhuma indicação de quem foi neles sepultados, apesar de tudo indicar dos três sucessores imediatos de Dário I.
Estes túmulos tinham capacidade para receber nove corpos e depois das cerimónias concluídas eram selados. Apenas após a vitória de Alexandre o Grande os túmulos terão sido abertos e saqueados.
Em frente dos túmulos existe uma torre, que provavelmente foi usada para manter uma chama eterna e para guardar livros.
Apesar do local ter claramente mais importância para as dinastias anteriores à dos Sassânidas, continuou a ser usado no seu período. Shapur I, segundo monarca da dinastia, mandou ali fazer um baixo-relevo representando a sua vitória sobre os romanos e outros gravações foram adicionadas pelos seus sucessores.
Fotos de Naqsh-e Rustam
14. Pasargadae
Visitar Pasargadae
Pasargadae é uma cidade antiga, hoje em ruínas, localizada a 135 km a nordeste de Shiraz, podendo ser visitada a partir desta última.
Foi a capital do Império Aqueménida, tendo sido fundada por Cirus II, o Grande, por volta de 546 a.C.. Contudo o grande líder dos persas não chegou a ver a sua nova capital acabado, tendo morrido em combate em 530 a.C.. Os seus restos mortais foram sepultados no túmulo monumental preparado para o efeito em Pasargadae, que é aliás o monumento mais importante do complexo arqueológico. Pasargadae manteve-se como capital durante algum tempo, até Cambyses II, filho de Cirus, a ter mudado para Susa.
É possível que Alexandre o Grande tenha saqueado pessoalmente o túmulo da Cirus II, mas não existem provas históricas que permitam uma conclusão definitiva.
Para além deste túmulo monumental podem-se ver no local os vestígios de diversos palácios e a estrutura do enorme jardim da cidade, a fortaleza erigida numa plataforma localizada no topo de uma colina a que se chama O Trono de Salomão e o Portão R, que se acredita ter inspirado o Portão de Todas as Nações de Persépolis.
Pasargadae encontra-se na Lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
Fotos de Pasargadae
15. Persépolis
Visitar Persepolis
Persépolis é a mais grandiosa das capitais da Pérsia Antiga, um dos locais mais procurados pelos viajantes no Irão e visita obrigatória para qualquer iraniano.
Localiza-se próximo de Shiraz, sendo muito fácil visitar este local a partir da cidade, sendo mesmo possível – mas não aconselhado – fazê-lo em meio dia.
Apesar de existirem sinais de presença humana mais antiga no local,
Persépolis foi fundada pelo imperador Darius I em 518 a.C. e fez dela a sua capital. Pelo menos em termos oficiais, porque a natureza remota de
Persépolis a tornava inconveniente como base de governação, passando o monarca mais tempo em cidades como Susa, Babilónia e Ecbatana.
Em 330 a.C. o imperador Alexandre o Grande arrasou a cidade mas manteve o seu estatuto de capital da nova província sob o controle macedónio tendo por esse altura iniciado um longo e lento processo de declínio. Mil anos mais tarde, quando os árabes chegaram, Persépolis era ainda uma cidade com alguma vitalidade, que ofereceu tenaz resistência aos invasores.
Hoje em dia o visitante poderá ali ver um complexo monumental, composto por uma série de estruturas e edifícios. Destacam-se o Portão de Todas as Nações, que dava acesso à cidade pelo lado oeste, o Palácio de Apadana, os monumentais túmulos e a Sala do Trono.
Persépolis é um dos locais do Irão que consta da Lista de Património Mundial da Humanidade, onde foi inscrita em 1979.
Fotos de Persépolis
16. Palácio de Sarvestan
Visitar o Palácio de Sarvestan
O Palácio de Sarvestan, localizado a 90 km a sudoeste de Shiraz, junto à pequena localidade com o mesmo nome.
Foi mandado construir pelo rei Bahramgur, da dinastia Sassânida, que governou entre 420 e 438, numa localização estratégica, a partir da qual controla uma imensa planície.
Apesar do nome, a estrutura ali existente terá possivelmente tido uma função mais especializada. Talvez tivesse sido usada pelo rei como um abrigo para as suas caçadas ou poderá ter sido um santuário Zoroastriano. Para adensar o mistério, existem traços de um edifício adicional, a norte da estrutura principal, para o qual os especialistas não encontram explicação.O palácio tinha três iwans, com toda a estrutura feita de pedra sobre a qual terá existido um acabamento que permitiu a decoração das paredes, parte da qual é ainda visível.
Fotos do Palácio de Sarvestan
17. Gruta Sassânida de Shapur
Visitar a Gruta Sassânida de Shapur
A gruta de Shapur encontra-se na zona montanhosa de Zagros, não muito longe da cidade de Bishapur. No seu interior, numa câmara interior, encontra-se uma surpreendente escultura do rei Shapur I, da dinastia Sassânida.
Toda a obra foi esculpida numa só estalagmite, tendo sete metros de altura e dois metros de largura ao nível dos ombros.
A estátua sofreu estragos consideráveis quando os árabes chegaram a estas paragens. Os invasores arrastaram a escultura, quebrando uma das suas pernas. Em meados do século XX os braços foram parcialmente partidos. Foi em 1957 que as autoridades iranianas decidiram restaurar a estátua. A mando do Xá Reza Pahlevi uma unidade do Exército ergueu-a e fixou-a ao solo.
Curiosamente é possível observar que as paredes da câmara onde se encontra a escultura foram preparadas para um trabalho de baixos-relevos, que nunca se concretizou.
A gruta é local de muitas lendas. Diz-se que algures na gruta se encontram enterrados os restos mortais de Shapur I. Segundo outra crença das populações da região o monarca terá sido derrotado numa batalha e procurado refúgio nesta caverna, onde se perdeu, nunca se tendo recuperado o seu corpo.
Fotos da Gruta de Shapur
18. Shiraz
Visitar Shiraz
Shiraz é a capital da região de Fars e a sua cidade mais importante. É também uma adequada base para o viajante se estabelecer e dali fazer expedições a uma série de locais de interesse, como Persepolis, Pasargadae ou o Lago Maharloo.
A própria Shiraz é uma das cidades mais interessantes do Irão, oferecendo ao visitante uma série de casas-museu, que ilustram o estilo de vida da burguesia abastada nos finais do século XX, museus, como o de figuras de cera que se encontra na casa Zinat ol Molk, um animado bazar, um castelo na zona central da urbe, uma série de mesquitas e uns banhos históricos.
Entre estas merecem destaque a mesquita Nasir-ol-molk, cujos vitrais criam um jogo de cores incrível no interior, quando o sol incide em determinado ângulo, e as mesquitas Vakil e Atigh Jame.
Os mausoléus de dois grandes poetas persas – Hafez e Saadi – são lugares muito populares entre os locais, o que é natural num país onde a poesia ocupa um lugar muito importante.
Shiraz é também um bom ponto de entrada da região e, porque não, de início ou de fim de um périplo pelo Irão. Existem voos a ligar Shiraz e Teerão e uma linha de caminho-de-ferro que permite fazer uma confortável viagem nocturna entre as duas cidades.
Fotos de Shiraz
19. Baixos-relevos de Sarab-e Bahram
Visitar Sarab-e Bahram
A 150 km a noroeste de Shiraz encontramos a pequena aldeia de Sarab-e Bahram. Ali próximo, talhados na face vertical de uma formação rochosa, ficaram gravados para a posteridade os baixos-relevos que representam o rei Bahram II, da dinastia Sassânida, que governou entre 276 e 293.
O seu reinado não foi brindado com grandes sucessos, tendo sido derrotado pelos romanos, perdido parte do império e enfrentado problemas internos. Mas deixou a mais notável colecção de baixos-relevos da sua época, composta por dez painéis distribuídos por diferentes pontos da Pérsia.
Em Sarab-e Bahram podemos ver uma representação do rei, sentado no trono, recebendo quatro emissários. A identificação do monarca é facilitada pela coroa, a mesma que se encontra nas moedas cunhadas durante o seu reinado. Pode-se reconhecer Papak, o vizir do rei, e Kartir, um influente sacerdote Zoroastriano.
20. Tal Avic
Visitar Tal Avic
Tal Abik Tal Abik Tal Abik
Trata-se de uma Torre do Silêncio localizada nas imediações da aldeia de Khani. Este tipo de locais funcionavam como uma necrópole para os Zoroastrianos, que acreditavam que os corpos eram impuros e, logo, contaminariam os solos se enterrados. Então, abandonavam os seus mortos em locais ermos, geralmente em posições elevadas, deixando a Natureza seguir o seu curso, especialmente as aves necrófagas.
Não há muito para ver, por isso não faça uma viagem a este local à espera de algo fabuloso. Se estiver de passagem, poderá incluir Tal Avic no seu itinerário.
21. Baixos-relevos de Tang-e Chogan
Visitar Tang-e Chogan
Próximo de Bishapur encontram-se os baixos-relevos de Tang-e Chogan. Existem seis conjuntos monumentais, denominados Primeiro Baixo-Relevo de Shapur I, Segundo Baixo-Relevo de Shapur I, Terceiro Baixo-Relevo de Shapur I, Baixo-Relevo da Investidura de Bahram I, Primeiro Baixo-Relevo de Bahran II e Segundo Baixo-Relevo de Bahran II.
O Primeiro Baixo-Relevo de Shapur I é de facto um dos primeiros baixos-relevos de Shapur, representando uma cena de investidura e triunfo no género característico do seu pai, o fundador da dinastia Sassânida, Ardashir I. Neste trabalho os inimigos do rei são esmagados, e a ausência do imperador romano Valeriano deverá indicar que o baixo-relevo é anterior a 260.
O Segundo Baixo-Relevo de Shapur I tem 12×4 metros, e nele surge a representação do imperador romano Gordiano, sob os cascos do cavalo de Shapur, enquanto que Valeriano é agarrado pelo pulso pelo rei Sassânida. Curiosamente, apesar da derrota militar, nota-se uma certa influência artística romana neste baixo-relevo. O Terceiro Baixo-Relevo de Shapur I repete esta temática, sendo uma variação da representação das vitórias sobre os romanos.
Os outros três baixos-relevos representam imperadores distintos. Num deles é representada a cerimónia de coroação de Bahram I, nos outros surge o seu filho, Bahram II. No primeiro, a cavalo, o rei é gravado com farta barba e longo cabelo, vendo-se a roupa que vestia com todo o detalhe, assim como os elementos decorativos que adornavam a sua montada. Aparece na cena um general de alta posição e uma série de emissários árabes que trazem oferendas. O segundo baixo-relevo atribuído a Bahram II, um dos maiores do seu reinado, mostra o imperador sentado no trono, com uma bandeira numa mão e uma espada na outra. Existem diversos detalhes. Os guardas que trazem dois cativos. O servente que controla o cavalo real. As pessoas que vêm à audiência. Outras que trazem presentes. Nota: não há consenso quanto à identidade do rei aqui representado. Alguns especialistas dizem ser Shapur II, que reinou 16 anos depois da morte de Bahran II.
Fotos de Tang-e Chogan
22. Baixos-relevos de Timur Mirza
Visitar Timur Mirza
Fotos de Timur Mirza
23. Minar – Torre Sassânida em Firuzabad
Visitar a Torre Minar
Esta torre histórica, também chamada de Shahr-e Gour, foi construída no centro da antiga cidade de Gor, cuja versão moderna se chama Firuzabad.
A estrutura, que tem 30 metros de altura e 9 de largura, remonta à época de Ardashir I, que fundou a dinastia Sassânida no início do século III.
Apesar de não existirem dúvidas quanto à datação da torre, falta o consenso no que toca às suas funções e finalidade. Poderá ter sido um edifício do Governo, um templo de fogo Zoroastriano, uma estrutura defensiva, uma torre de água, um ponto de observação do desenvolvimento da cidade ou até um templo dedicado a Anahita, a divindade da água.
A sua arquitectura era inovadora, com a torre com acesso exterior em espiral, do qual nada sobreviveu ao tempo. A parte superior da torre também se perdeu, subsistindo sensivelmente a metade de baixo da estrutura.
O minarete da grande mesquita de Samarra, no Iraque, parece-se ter inspirado na torre de Firuzabad, existindo uma clara correspondência entre representações antigas desta e o actual minarete iraquiano.
Fotos da Torre Minar
Veja ainda as minhas páginas:
O Sudeste da Anatólia: 28 lugares lindos para visitar na Turquia